domingo, 8 de agosto de 2010

NÃO QUERO LIGAR-TE TELEVISÃO

Não quero te ligar televisão
Fazer você falar das guerras
Que deixam dizimadas as terras
Tudo por uma diferença de visão!

Não quero ter a ilusão
Que estão a procurar a paz
E que tudo que o homem faz
É por necessária razão!

Por que tanta tensão
Em busca da verdade suprema
Se a felicidade é um tema
Basta procurar com atenção…

A paz e harmonia e concórdia são
Do bem as únicas estradas
As noticias tão desejadas
Temo, jamais por ti chegarão…

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

QUERO BRINCAR E NINGUEM ME ENTENDE

Quero brincar e ninguém me entende
E se sério ficar estático e lúcido e consciente
Todos com ou sem pena julgam-me carente
Por qualquer pedido a minha mão se estende
Em busca da máscara do palhaço assistente
E eu , cá que sou tão perfeitamente inocente
De portador da mais louca mente
Sou chamado apenas por estar contente!

João Furtado

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

MEU PARDAL MADRUGADOR

Meu Pardal madrugador
De onde vens tão barulhento
E porque estás tão cheio de alento
E ignorando a minha tamanha dor…

Pardal se no silêncio quedo neste assento
Cheio de saudades dos que partiram e triste
Os meus olhos choram… Tu não sentiste…
Pardal vai deixa que só fique neste aposento!

Pardal para de chilrar e vai-te, tu não desistes?
Dá-me um pouco, mínimo, ínfimo de sossego
Deixa-me viver na mágoa em que me entrego
Alheio ao mundo e tudo em que consiste!

Que me importa se aumento o desemprego
Na antiga Europa, a nova “El dourado”
De nós os Africanos, todos desesperados
Ilegalizados e espancados… eu, o meu ego…

Dizes que imagens dos bebes arrastados
E também suas mães por policias na França
Está a matar toda a esperada esperança
Dos direitos humanos desejados…

E que continua a haver matança
Canibal no oriente médio
E que o ser humano cria ódio
E existe cada vez mais vingança…

Pardal, isto vem desde tempo primórdio
O homem sempre foi do homem predador
Deixa-te de queixar… mesmo com todo ardor
Nas palavras por ti posta não alterara o meu princípio!

Continuarei cá com a minha dor
Não aumentarei nela nem uma gota
Que muita alta é a minha quota
De sofrer por mim e por meu amor!

João Furtado