sábado, 27 de dezembro de 2014

NUNA, A BRUXINHA PINTORA


A Nuna não sabia que era uma bruxinha. Tinha seis anos e estava na segunda classe. Ela apenas sabia que tinha uma madrinha diferente de todas as madrinhas das outras amigas. A madrinha dela ela uma linda e encantadora mulher vestida de roupas brilhantes e tinha sempre com ela uma varinha. A varinha era milagrosa e tudo que ela queria, bastava pedir a varinha que aparecia do nada. A madrinha da Nuna tinha um outros dons entre eles o de voar e de aparecer sempre que a Nuna pensasse nela. A Nuna pensava na madrinha sempre a noite. Quando no silêncio da noite o escuro dava-lhe um pouco de medo.
A madrinha vinha e como brilhava, dava uma luz azulada e linda. A Nuna ficava feliz e ouvia a madrinha que a contava lindas histórias até ela dormir…
Num dia em que a chuva caia lentamente, a Nuna acordou tarde e saiu a correr para a escola. Ela vivia numa cidade e apanhava o autocarro para a escola. O autocarro já tinha ido. Desesperada pôs-se a correr para ver se conseguia chegar à tempo na escola. Foi quando lembro que com pressa deixou a maior parte dos materiais escolares em cima da mesa.
Pensou na madrinha, nada, ficou mais desesperada ainda, a madrinha devia aparecer apenas de noite. No auge de desespero pensou nos materiais da pintura que ficaram em casa e no céu viu em arco-íris, tinha 7 cores e desejou que eles aparecessem na sua bolsa em forma de lápis… Apareceram, abriu a bolsa e encontrou-os todos ai. Ela não era burra…
Estava perto de um contentor de lixo e viu um cabo de vassoura velha. Pegou o cabo e imaginou que era uma Águia Real e de repente a Nuna estava a voar no dorso da Águia. Conseguiu chegar na hora à escola.
Não contou ninguém da aventura. Só que a partir daquele dia ela passou a pintar tão bem e tão especial… Os desenhos ganhassem vida. A professora passou a chamar-lhe “A Bruxinha Pintora”.
Ansiosa esperou pela noite, pela habitual visita da madrinha. Ela veio e alegre lhe disse que era a última vez que ela a visitava, pois soube e com muita alegria que ela descobrira o segredo… Ela era uma Bruxinha Boa. E disse lhe para sempre e sempre usar os seus poderes para o bem. E devia ser muito discreta… Bem na verdade a Nuna nem sempre foi discreta, umas vezes por curiosidade, outras por preguiça ela usou a magia.
Sempre que aconteceu tinha clara noção que a madrinha estava chateada com ela e arrependia e jurava não cair de novo na tentação.


 Praia, 15 de Dezembro de 2015
João Pereira Correia Furtado
http://joaopcfurtado.blogspot.com

A Maldosa e a Boazinha

A Maldosa e a Boazinha

Bruxa má, bruxa boa
Ambos pintoras
Gémeas nasceram
Filhas da fada do bem
E do bruxo das cavernas
Um amor estranho
Duas meninas nasceram
Ambas donas de vassoura
Duas pintoras, estranhas
Tudo que pintam… Acontecem no real
A boa não tem mãos a medir
A má pinta rápido e pinta maldade
A boa tem que pintar rápido
A cura do mal da irmã
Pouco tempo resta
Para na vassoura voar
Queria voar e pintar
Estrelas e luas nos céus
Mas com a irmã a pintar
Talibãs e maldades
Cansada chora e pinta
Ambulâncias e socorristas
Ela saiu a mãe e é Bruxinha Boa
Tem pena da irmã
Que se parece com o pai
Tem bigode e nariz cumprido
E pinta a doença e a maldade
A Bruxinha Má só sabe dar Gargalhada
Em cada maldade que faz
Duas irmãs duas bruxinhas
A Maldosa e a Boazinha!  
 
Praia, 16 de Dezembro de 2014
João Furtado