quarta-feira, 1 de novembro de 2017

ALFABETO DO PRIMEIRO DE NOVEMBRO


A terra continua seca e do céu nem uma esperança
Basta ver o Sol a sorrir e a dizer que nos acompanha
Com este cenário a festa do milho caiu no esquecimento
Da azáfama dos últimos anos nada do nada
E procura-se outra alternativa para se ocupar
Faz-se de Morabeza a força para superar e ver
Gentes do campo chorando por palhas silvestres que
Há cabras e vacas e carneiros definhando de fome
Impotentes para salvarem do que colocaram o sonho…
Já chorei e cantei a seca e nunca vi outubro tão seco
Levando consigo o nada que costuma deixar para o novembro
Mês que hoje se enaltece e sem milho e sem festa
Novembro assim já clama por dezembro no dia primeiro
O calor continua e o dezembro pode trazer a solução
Que se o Céu não chorar pelo menos o sol já cansado
Repousará mais cedo e mais tarde acordará e o calor…
Sentirá por obrigação a dar um pouco de espaço a frescura
Ténue que é pródiga esta época embora tal dura
Única alternativa para as Ilhas e os Ilhéus restabelecerem
Virarem os olhos para a Fé e Deus e com a sempre viva esperança
X-Chamarem e clamarem pela Misericórdia… Que para o ano acha
Zéfiros de chuva e água suficiente para alimentar nossa certeza
Kan ten mal ki kata kaba
Y keli ê spransa di nôs vida…
W… Kusé kin ta faze ku bó?... Pan skesebu sima nu sta skesidu?

João Furtado