
MEU PARDAL, O FILME SE REPETE
Quatro anos passaram
amigo Pardal
Continuas num vai e vem a cantar
Sei que és um filosofo imortal
E do humano gostas de zombar
Continuas num vai e vem a cantar
Sei que és um filosofo imortal
E do humano gostas de zombar
Digo-te Pardal amigo meu não humano
cá pelo mundo dos ego-pensantes
O filme é o mesmo quer desça, quer suba o pano
Vejo sofismas e são tão e mui intrigantes...
A África parece parir sem conta refugiados
E o médio Oriente não quer ficar à trás
A Europa democrática fecha os pórticos
Filtra e filtra e filtra e nada que lhe apraz
E o médio Oriente não quer ficar à trás
A Europa democrática fecha os pórticos
Filtra e filtra e filtra e nada que lhe apraz
A América até pede uma parte e finge esperar
Mas lá ou há luta para ser história na destituição
Há primarias com circo doirado a se armar
A Ásia não parece dar grande consolação
Meu Pardal amigo, por favor, continue mudo
Não sabes quão maldosa é a bendita fala
Imaginas que com ela aliena-se um coitado
E se transforma de bombas a destruidora mala?
Amigo no teu mundo tem a rica PAZ
Nós já nem acreditamos na nossa sombra
Nem imaginas o que o homem é capaz
Já se sonha em se andar nu para salvar a obra
Viste aquelas meninas da Nigéria
Para a propaganda mostraram uma dúzia
Houve choro e também alguma alegria
O humano tem a doença da maldade e da tirania
Pardal amigo posso ir para teu mondo viver
Não suporto mais estar dentro de tanta maldade
E tu crês que às vezes é em nome de um crer?
E inocentes o humano mata para alcançar a santidade?
Pardal amigo a Paz para o humano é miragem
Vês aquela ave negra? É a branca garça
E pintada do negro petróleo da margem
Mais uma obra do humano na sua desgraça...
João Pereira Correia Furtado
Praia, 20 de abril de 2016