sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

QUE O AMANHA SEJA DE CONFIANÇA

O ano chega ao fim
Hoje é de Dezembro
O trinta e um
Amanha o Janeiro entra
E o mundo celebra
Mais um dia
A Paz dedicado
Enquanto na Nigéria
Em Teu nome
Senhor
Se mata
Apenas porque
Uns Te chamam
Deus
E outros
Alá te batizaram
Senhor
Te peço
Diga aos meus irmãos
És o mesmo
Seja qual o nome que Te chamem
...
Não dá para esquecer
Gbagbo ao poder agarrado
Se o mesmo autorizou
Que eleições se fizessem
...
A Natureza continua
A se mostrar instável
Na Austrália de um lado chove
O tripulo do necessário
E do outro...
O calor e a seca
Quer fogo atear

O Haiti é quase esquecido
Não por se ter melhorado
Mas porque
Outras calamidades
Mais destrutivas se levantam
E nós humanos
Ávidos
Novidades procuramos!

O Mundo se torna
Mais explosivo
E já nem a carta
É recebida
Sem que o medo
Da bomba
No ar
Se pairar!

Que o amanha
Que se aproxima
Seja… sim …seja
De
PAZ
De PAZ no interior
De cada um de nós
E
Que o mundo
Seja da confiança
No amanha
Cheio de rosas vermelhas!


João Furtado

31 de Dezembro de 2010

domingo, 12 de dezembro de 2010

VAGUEANDO POR AQUI NESTE MUNDO

Andei naquele, noutro e neste autocarro
Ao lado esteve, está e estará um amigo caro
Que com encontros e desencontro já nem reparo!

Desta vez ia ver minha querida e estimada tia
O aniversário dela mais uma vez era o dia
Nada pude eu comer, um dente muito doía...

Enquanto o autocarro violentamente trepidava
Eu este poema imaginava e escrevê-lo tentava
Uma menina indiscreta ao lado gargalhada dava!

Perto uma madura mulher casada com o Baco
Tentava a força dar ao rapaz novo um cavaco
Ele, o rapaz na jovem força olhava com asco!

Meu pensamento continuava vagueando
Ao ritmo do autocarro sempre viajando
Aos homens e ao mundo meditando!

De Quioto à Copenhaga à Cancun há anos
De reuniões de certezas e de enganos
No céu o ozono chora com os danos!

África de Sul é a próxima esperança
Nesta caminhada que nada alcança
Porque o homem quer cheia a pança!

Na China continua recluso o dissidente
Que recebe o Nobel e fica ausente
E oferece ao mundo mais um presente!

No Ocidente prega-se a divina liberdade
E Wekliks pensa que é pura verdade
E vasculha, vira e revira sem necessidade!

O segredo dos deuses chega aos ouvidos
E muitos no Olimpo sentem-se ofendidos
E acusam o ladrão de dados perdidos!

Mais o crime não pode ser crime
Procura outro que só pode ser crime
Como é livre o polvo do livre Regime…

Entre os cínicos deuses do Ocidente
E o pachorrento e obeso Buda do Oriente
Situa a virtuosa Terra do Médio Oriente!

Passam os tempos e os costumes permanecem
E a justiça e os hábitos duros e cegos fazem
Com pedras mulheres e meninas perecerem!

Não havendo por rectidão dos machos as violações
Adultérios são para suas fêmeas as acusações
Nobres homens, belas acções e puros corações!


O autocarro parara… era a última paragem do destino
Ainda tinha tempo para lembrar do menino
Recém-nascido e abandonado ao seu destino!

Era das treze de hoje o jornal da tarde de sábado
Do dia depois dos direitos humanos desejados
E do jornalista reclamando direitos atropelados!

Triste e envergonhado por pertencer a espécie humana
Descia e via uma vendedeira com uma única banana
Que me dizia, feliz e dengosa, que se chamava Bela Susana!


João Furtado

12 de Dezembro de 2010

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

F E L I Z N A T A L

F Foi numa noite fria e calma

E Enquanto todos leito tinham

L Lá longe numa gruta deserta

I Inda Menino o Deus Nascia Pobre

Z Zelado por Maria e José e as Estrelas.



N Não teve cama nem cobertor, mas,

A As estrelas, Ele teve e anunciavam

T Tão longe quanto pequeno é o Mundo…

A As prendas vieram e entre elas o sofrimento, e,

L Lágrima dos homens chorava enquanto Maria Sorria!





João Furtado

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

FELIZ NATAL E PROSPERO ANO NOVO

Fazendo o balanço do ano que finda
Este 2010 não foi mau de todo
Lentamente o dengue reduziu-se e as
Ilhas ficaram mais verdes com as chuvas caídas
Zelo à volta e vejo um povo um pouco mais alegre...

Na verdade o dinheiro não é muito
A pobreza crescida no mundo se reflecte,
Também não podia ser diferente…
A terra toda em recessão e nós os flagelados…
Lógico está que tínhamos que sofrer também!


E…


Para o Ano 2011 que vem Novo
Repleto de segredos e promessas
Os meus maiores desejos são para todos
Saúde e paz e amor e respeito pelo ambiente
Para que o mundo seja mais saudável
E a guerra, o maior mal dos homens,
Rejeitado seja pelos governantes do Planeta
O gasto resgatado que sirva para construir a PAZ…

Amor, bela palavra e símbolo de saúde mental
Não deixem que o ódio mate este bem interior
O amor que alimenta-nos e vive dentro de nós!

Nesta quadra de reflexão e balanço total da vida
O meu pedido, o presente que espero de todos vós…
Vos peço em presente, respeitem a Natureza
O mundo que temos pertence aos nossos NETOS!



João P. C. Furtado

Embaixador de Poetas del Mundo em Cabo Verde

Praia, 08 de Dezembro de 2010

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

O NATAL DO JOAQUIM

Era uma vez, um menino que morava numa casa muito pequena e feita de pedras soltas e de barro. A casa era coberta de palhas. Ele vivia com a avó. A mãe tinha morrido e o pai viajado para Europa e nunca mais tinha dado noticias.
O nome da avó era Matilde e do menino era Joaquim. Ele e a avó Matilde moravam no campo, numa localidade rural da Ilha de Santiago chamado Rui Vaz.
O Joaquim tinha apenas oito anos, mas era ele que tinha a responsabilidade de sustentar a casa. Ele levantava cedo e ia buscar água no burro. Graças a Deus, ele tinha um burro. Depois ia dar palha a única cabra que tinha e milho as quatro galinhas e um galo. Se fosse tempo de “as águas” ia tratar de roçar ou semear ou mondar conforme a época... As duas coisas que um menino de oito anos devia fazer eram estudar e brincar, o Joaquim não tinha tempo.
O Joaquim não tinha tempo para estudar nem para brincar.
Havia meses que a avozinha Matilde havia se adoecido e não podia fazer nada. Ela estava cada vez mais fraca. Os vizinhos ajudavam, mas cada família estava verdadeiramente mais preocupada com os seus próprios problemas, que não eram poucos.
O pior aconteceu, era uma sexta-feira triste de Dezembro, triste e coberta de nuvens cinzentas. Era na noite de Natal. Havia muita festa em todas as casas, menos na casinha pobre do Joaquim. A avó Matilde estava a delirar, ia morrer...
O Joaquim chorava, gritava e rezava, mas ninguém ouvia. A noite era de festa e de Missa. Uns tinham ido a São Domingos que era a localidade mais perto ouvir a Missa de meia noite. A Missa que anunciava o nascimento de Jesus. Outros estavam a preparar os bolos e as comidas próprias para a data.
Apenas uma casa vivia a tristeza da vinda da morte e da separação da única família que o Joaquim tinha. A casa do Joaquim.
No momento em que o Joaquim desesperado caiu por terra num sinal de impotência e resignação, ele ouviu uns toques suaves na porta. Nem perguntou quem era. Disse apenas:
-Por favor, entre, venha me ajudar!
Um homem velho e de cabelos brancos entrou e aproximou-se e disse:
-Joaquim, meu filho, que posso fazer para te ajudar?
-Senhor salve a minha avó, é única pessoa que eu tenho no Mundo!
-Meu filho, ela tem que partir, é a lei da Vida.
-Mas Senhor, eu não tenho mais ninguém neste mundo. Como irei ficar sem ela?
-Tu tens-me, meu filho. Também tens o teu pai. Não sabes, mas ele pode te ajudar...
-Senhor, nunca eu vi o meu pai, nem sei quem ele é.
-Ele vai aparecer, vem dorme. Descansa aqui na minha perna.
-Sim Senhor!

O Joaquim ajoelhou-se e colocou a cabeça sobre a perna do velho e estranho visitante. Adormeceu.
E foi assim que o pai dele o encontrou meia hora depois... Era quase Meia-Noite...

O pai do Joaquim, cansado com a emigração havia resolvido regressar. Chegou e encontrou a mãe falecida sobre a cama e o filho ajoelhado a dormir, com a cabeça sobre a almofada. Na noite de Natal.

João P.C.Furtado
Praia, 30 de Novembro de 2010


http://www.poetasdelmundo.com/verInfo_africa.asp?ID=4541

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

A TERRA E A GUERRA PELA PAZ




JOAO PEREIRA CORREIA FURTADO


Jamais pensei escrever um livro
O Segundo que vai ser publicado
Ainda parece ser um sonho e é
O meu medo é acordar e ter a desilusão!

Perdoem-me os meus leitores
Esta ousadia temerária
Repleta de pouco tino
Esta loucura néscia e
Insana de juntar letras
Rir da sorte das palavras criadas
Alinhar frases e dar algum sentido…

Claro que não sou poeta
O que sou…, sou maluco…
Revejo a minha pura loucura
Revestida na vontade de melhorar
Este nosso Planeta Terra
Informo e doente e sem saúde
Ao caminho do fim anunciado…

Fazer-me de profeta se aceita
Uma verdade é certa, desatinos todos são…
Relegar para mim o papel de defensor de,
Tamanha ousadia a minha,
A continuidade da vida e do Planeta…
Deveras que “A TERRA E A GUERRA PELA PAZ”,
O meu pobre erário é da minha testada demência!


João Furtado

Praia, 18 de Outubro de 2010