quinta-feira, 16 de novembro de 2017

EMBORA TRISTES... CÁ SE ESPERA NOVO DIA...




Do céu este só sol único é presente dado
A chuva tão querida perde na memória
O povo está cansado de sentir seu brado
Ser eco oco tanto nesta terra ou na Glória

Novembro já cansado seco e sem alegria
Vai como chegou e viu por cá este povo atado
No nó do pó da terra que outro se cansaria   
Se fosse ser esta mia gente povo airado

Já no passado viu seu filho pobre gado
Por mar de Sul do mesmo mal e da miséria
Ir para nunca mais se voltar com sonhado

Se bem que agora dono da sua rédea séria
Só pensar faz o corpo ser tal morto-nado
Embora tristes... Cá se espera novo dia...    

Praia, 16 de novembro de 2017
João Furtado

ONTEM DA LUISA



Lembrei-me de ti Luísa… Ontem falei com Venceslau
Um defeito meu é nunca chamar-te de tia
Imagino a alegria que deverias sentir
Sabes um segredo meu… Aprendi a tirar o título
As pessoas que me são queridas e tu eras…

Lindo retrato do meu pai no feminino
Um dia te conheci… Já tinha ido a Ponta Figo
Infelizmente não te encontrei e de regresso
Senti-te presente nas Neves e perguntei por ti
A Perpétua que nunca tinha visto antes era tua filha

Lá no Céu devem estar tu e ela e a Júlia
Uma oração rezo hoje por vocês as três
Importa dizer que no sábado deverei abraçar Venceslau
Sei que será um momento de alegria e satisfação
A tua memória também estará presente.

João Furtado

Praia, 16 de novembro de 2017