domingo, 23 de novembro de 2014

VULCÃO ACTIVO NA ILHA DE FOGO

VULCÃO ACTIVO NA ILHA DE FOGO

Vou escrever
Uma Natureza viva
Lava e rio de fogo
Correm para o mar
A Ilha está a tremer
O enxofre é o cheiro...

A população das Caldeiras
Com outros vulcões na mente
Tem o temor e um certo aceitar
Incerto é o futuro mas a vida continua
Vai continuar é a fé quem move
O espirito do povo das Caldeiras....

Nas ilhas todos estão apreensivos
A realidade é incerta é a Natureza
Imaginar o melhor e rezar
Lembrar o passado e esperar
Hoje que seja sem males maiores
As Ilhas clamam pelos Céus!
Desejo eu pobre mortal o melhor
Espero que a Natureza seja nobre connosco
Faça uma pausa e dê por misericórdia
O Povo da Ilha do Fogo a tranquilidade
Grande é a mágoa e triste a realidade
Olhar a força da Natureza e sem nada poder fazer...
João Furtado
Praia, 23 de Novembro de 2014

MENÇÃO HONROSA-NO PLANETA DAS SERPENTES HUMANAS

NO PLANETA DAS SERPENTES HUMANAS
Ninguém acredita em mim e corro o risco de ser considerado um mentiroso. Com toda a consequência que o ser mentiroso acarreta. Não é que não acreditam na dor que sinto no ombro direito e na luxação da clavícula do mesmo lado em que o Doutor ortopedista classificou de nível 2 e afirmando que se fosse de nível 3 até era provável que eu submetesse a uma operação. Mas sendo de nível 2 o muito que podiam fazer era uma infiltração no caso de a dor continuar. Mais tarde vim a saber que a infiltração é como se desligassem a tomada da dor. A dor informa o cérebro que o meu ombro está com problema, desligando a tomada e cérebro deixaria de receber a mensagem e eu consecutivamente a dor.
Não acreditam é na maneira como tive a luxação e sobretudo onde a tive. Fala-se muito dos habitantes de outros planetas. A Terra não seria o único dono da vida, poderia ser o único com este ser de pior espécie em que eu tenho a infelicidade de pertencer, o homem.
Não gosto de sair de casa, sou parecido com o caracol, a fortaleza das quatro paredes que me protege é para mim indispensável. Poucas são as razões que me obrigam a deixar a minha fortaleza e a me arriscar na selva humana. Naquela sexta-feira não foi deferente. Cheguei do trabalho, uma das razões que me obriga a sair, o comer e o beber a isto me obrigam, já que o vestir é a consequência de cumprir o ritual imposto pelo este ser abominável das cidades.
Reduzi a minha roupa ao mínimo, só não fiquei completamente nu, porque a minha mulher recordou-me que não sou o único habitante e que ainda vivemos em Cabo Verde e na Ilha de Santiago, onde ainda acreditamos que os amigos são sempre e sempre esperados ansiosamente e sempre bem-vindos… Em casa tem-se sempre um “grogue” e um pedaço de peixe frito, para os receber.
A verdade se diga, embora eu não goste de sair de casa, adoro receber visitas. Nada é melhor neste mundo que escutar a conversa de um amigo… Principalmente se ele sabe e é bom no inventar e acrescentar uma vírgula ou um ponto e no sitio certo… Bom se continuar nesta ladainha nunca mais chegarei a curva do insólito, do que está a transformar-me num mentiroso. Aprendi com a vida que o mentiroso não é aquele que falta a verdade, mentiroso é aquele em quem ninguém acredita….
Não saí de casa, como devem estar a imaginar, pelo contrário, subi ao terraço, aqui como sempre o clima é quente e à noite pode-se contemplar o céu e as estrelas, quase nu a partir do terraço, se não se ligar o interruptor e se permanecer à penumbra da lua e das estrelas, quando não estivermos na lua cheia.
Mas subi dei de cara com uma estrela. Ela brilhava multicolor com o verde e o azul predominante. Uma estrela que nunca esteve antes ai. Moro relativamente perto do aeroporto. As vezes, eu confundo uma estrela com a lâmpada de um avião, mas rapidamente noto a diferença… Assim como notei a diferença desta com a estrela… Foi por tão pouco tempo… Que juro-vos não consigo saber quantos segundos foram. Perdi totalmente os sentidos… Devo ter caído.
Não sei se sonhei ou se acordei num outro planeta, devo ter sonhado. É muito inverosímil para ser verdade. Estava no meio de seres luminosos e com corpo, na parte inferior, de serpentes, e na superior de humanos. Foquei melhor nos seres femininos, eram de uma beleza ímpar e hipnotizante.
Entre elas havia uma que tinha na cabeça uma coroa de ouro e pedras preciosas. O vermelho-sangue era a cor por ela escolhida para se maquiar principalmente o rosto ontem destacava o desenho de uma flor e os dedos das mãos, tão vermelhas como se os tivessem introduzido numa vasilha cheia de sangue. Superiormente linda e de olhos brilhantes. E nos braços uma serpente em cada um e igualmente belas e dos olhos saiam fachos de lazer.
À alguns metros de distância estava um aparelho parabólico e de tal maneira iluminado que parecia ser uma estrela, a estrela que vi por alguns segundos do meu terraço…
Não cheguei a falar com nenhuma das criaturas, a coroada aproximou-se de mim. Eu tentei fugir e ela pegou-me no meu ombro direito. Parecia que o meu ombro ia esmagar-se… Senti tanta dor que cai desmaiado. 
Acordei com gritos e safanões da minha mulher, ela me pedia para não lhe dar tamanha afronta. Acho que ela julgou que eu estava a morrer…    
O resto já sabem, a minha verdade, que repito tal um gravador e ser a razão da troça dos amigos e da minha própria família.

FIM

João Pereira Correia Furtado
Praia,31 de Outubro de 2014
http://joaopcfurtado.blogspot.com
Embaixador Universal da Paz - França - Genebra - Suiça - Cercle Universel des Ambassadeurs de la Paix Delegado da U.L.L.A. em Cabo Verde

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GROGUE - Aguardente de Cana - Cachaça!

MENÇÃO HONROSA - ROSALINA GONÇALVES RAMOS HERAI

ROSALINA GONÇALVES RAMOS HERAI
Rosa viu o Girassol lenta e pacientemente 
Olhar para o Sol horas e horas e quando o Sol
Se colocou no centro da linda abóboda azul celeste
A curiosidade da Rosa foi tanta que perguntou
Linda amiga Girassol porque tanto olhas o sol?
Imaginas amiga Rosa o que é depender de algo?
Na verdade eu vivo dos raios do Sol e do alimento da Terra
Adormeço à noite sonhando com o Sol do amanha…
 
Gesto meu te pode parecer estranho 
Ou talvez até mesmo de loucura
Na verdade é apenas uma necessidade
Ç-Como te posso explicar Rosa… bem… 
A raça humana tem o que chamam de amor
Livremente se torna interdependente 
Vivendo em função de um sentimento 
E mais te digo, amiga Rosa Perfumada
Sente-se como se em um ser único se tornaram…
 
Rica em conhecimento me mostras Girassol amiga
Agora te digo uma coisa que eu cá sei também
Muito belo é o amor, mas também muito traiçoeiro
O amor começa em par mas termina em separado
Sabes quantas guerras por amor os humanos já tiveram?
 
Histórias de amor já fizeram cair reinos e reis e muito mais
Estou a lembrar-me da Helena e da grande Tróia
Recordo-te também do Africano que pela beleza feminina
A pátria deixou cair e a Roma fez a festa triunfante
Isto dos sentimentos humanos é complicado minha amiga Girassol!

João Pereira Correia Furtado
Praia, 13 de Novembro de 2014
http://joaopcfurtado.blogspot.com