Não tive avós para deles recordar
Não resistiram às secas e a fome
Onde o esforço era enorme
E a penúria não parava de matar
Não resistiram às secas e a fome
Onde o esforço era enorme
E a penúria não parava de matar
Sem nada e órfãos os meus pais
Para de fome também não morrerem
Num cargueiro e sem temerem
O desconhecido nem os tristes sinais…
Para de fome também não morrerem
Num cargueiro e sem temerem
O desconhecido nem os tristes sinais…
Sem raízes nasci na terra do pão e mel
Mas também dos trabalhos forçados
E na velhice, sem nada, nem papel
Mas também dos trabalhos forçados
E na velhice, sem nada, nem papel
Vi outros avós, sem amparo, desesperados
Vestidos de farrapos e bebendo fel
Sonhando com sonhos jamais alcançados!
Vestidos de farrapos e bebendo fel
Sonhando com sonhos jamais alcançados!