sexta-feira, 13 de março de 2015

PORTÃO DA INCERTEZA

PORTÃO DA INCERTEZA

Uma mulher bela de tenra idade
Colada num lindo e enorme portão
E eu néscio poeta sem inspiração
Que escrever desta insegura beldade?

Vai a jovem ao encontro da liberdade
Ou espera ânimo do seu coração
Ou deixa ela e sem nenhuma razão
A paz e o afeto e a tranquilidade?

Cá no inconformado e discreto canto
Contemplo no seu rosto a excitação
E também o inegável puro encanto…

Força precisa para a decisão
E baixinho sussurra lindo canto
Voltar à paz ou entrar à vastidão?


João Pereira Correia Furtado
Praia, 10 de Março de 2015
http://joaopcfurtado.blogspot.com

quinta-feira, 12 de março de 2015

PASCOA 2015

AKROSPÁSCOA

A – Amigos e amigas, poetas e poetizas do PEAPAZ
K -  Quero desejar-vos a todos uma Páscoa Feliz
R -  Recomendo que depois da penitência da época
O – O vosso olvidar dos males que infelizmente temos
S  - São obras primas seculares quebradas infantilmente cruel
P  - Pequenas crianças carrascas executando sem piedade
Á  - A fome e a pobreza e guerra exilados criam e vidas ceifam
S  - Se ainda há festa e alegria é porque o bom censo exige
C  - Com a certeza que a PAZ e o AMOR vão por fim triunfarem
O – O homem um dia entenderá que é efectivamente humano
A -  A cor e a raça e a forma de vestir ou rezar são apenas tonalidades insignificantes!

FELIZ PASCOA 2015

João P. C. Furtado
Praia, 11 de Março de 2015

terça-feira, 10 de março de 2015

PORTÃO DA INCERTEZA



Uma mulher bela de tenra idade
Colada num lindo e enorme portão
E eu néscio poeta sem inspiração
Que escrever desta insegura beldade?

Vai a jovem ao encontra da liberdade
Ou espera ânimo do seu coração
Ou deixa ela e sem nenhuma razão
A paz e o afeto e a tranquilidade?

Cá no inconformado e discreto canto
Contemplo no seu rosto a excitação
E também o inegável puro encanto…

Força precisa para a decisão
E baixinho sussurra lindo canto
Voltar à paz ou entrar à vastidão?
 

João Pereira Correia Furtado
Praia, 10 de Março de 2015
http://joaopcfurtado.blogspot.com

PORTÃO DA INCERTEZA Uma mulher bela de tenra idade Colada num lindo e enorme portão E eu néscio poeta sem inspiração Que escrever desta insegura beldade? Vai a jovem ao encontra da liberdade Ou espera ânimo do seu coração Ou deixa ela e sem nenhuma razão A paz e o afeto e a tranquilidade? Cá no inconformado e discreto canto Contemplo no seu rosto a excitação E também o inegável puro encanto… Força precisa para a decisão E baixinho sussurra lindo canto Voltar à paz ou entrar à vastidão? João Pereira Correia Furtado Praia, 10 de Março de 2015 http://joaopcfurtado.blogspot.com

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sexta-feira, 6 de março de 2015

UMA LINDA FLOR



UMA LINDA FLOR
Vou comprar na florista uma linda flor
Não sei se rosa ou cravo ou gardénia
Será plantada no coração do meu amor
Vou comprar na florista uma linda flor
E aproveito para te beijar com ardor
És a Musa inspiradora da minha poesia
Vou comprar na florista uma linda flor
Não sei se rosa ou cravo ou gardénia

João Pereira Correia Furtado

Praia, 06 de Março de 2015
http://joaopcfurtado.blogspot.com

HOJE É O MUNDIAL DIA DA POESIA



HOJE É O MUNDIAL DIA DA POESIA

Hoje é o mundial dia da poesia
E onde está o seu marido poeta?
Ele triste e ela toda alegria
Que lhe mandou perder a caneta?

Deu ela ao marido e foi única oferta
Deixou cair na rua e naquele dia
Hoje é o mundial dia da poesia
E onde está o seu marido poeta?


Chora o poeta na ostra muito fria
Dança a poesia bela e tão catita
Par não falta dela é a fantasia
O poeta dorme longe e só a sesta
Hoje é o mundial dia da poesia  


João Pereira Correia Furtado

Se Março tem dia da poesia



INDRISO

Se Março tem dia da poesia
E da árvore o mesmo dia
A Musa um mês de alegria

O Poeta precisa de inspiração
Para este mês de coração
Dizer que é Poeta e com razão


Quero este único poema fazer

Ainda que poeta não posso dizer

João Furtado
Praia, 06 de Março de 2015

quinta-feira, 5 de março de 2015

MEDICAMENTOS ESTRANHOS


MEDICAMENTOS ESTRANHOS 

Eu era um homem normal e o meu corpo era igual a qualquer outro corpo humano.  Eu tinha dois braços que terminavam em duas mãos. Um rosto normal com os olhos, as orelhas, o nariz e a boca. Casei cedo e com uma linda e saudável menina, a minha Julinha. Sou Severino e vivemos em Boston, uma enorme cidade Americana.
Adoeci e fui para o hospital, fiz vários exames e nada de positivo foi detetado… Mas estava doente. Para mal dos meus pecados, a Julinha também adoeceu. O mesmo problema. Nós doentes e os exames todos negativos.
O nosso médico assistente perplexo aconselhou-nos para os dois, irmos a consulta à um especialista.
- É um cientista comprovado e pode saber o que acontece convosco.
Não tínhamos nada a perder. A minha Julinha passava a vida a coçar sem parar e eu… Os meus braços doíam e sentia tanto formigueiro, que passava a vida e limpar para ver se as formigas deixavam os meus braços em paz. Para o fim de tal tormento, ir à um cientista era o de menos que nos podia acontecer.
O cientista, de nome Jaydan Jonathan Drink parecia mais ser um doido que um cientista. Despenteado e com cabelos em espinhas, cara oval e barbudo, com umas calças de gangas que pareciam terem sido lavados há mais de dois séculos e uma bata que muito provavelmente era branca na década passada recebeu-nos a rir. Seus dentes pareciam que nunca foram de outra cor senão amarelos. Mandou-nos sentar, perguntou os nossos nomes, primeiros e últimos e a nossa data de nascimento. São de praxe estas perguntas nos centros de saúde americanos. Estávamos fartos de nos identificarmos e dizermos a data do nosso nascimento, as vezes dez vezes no mesmo dia. Identificamos. Ele sentou-se no seu computador, única coisa que parecia novo e actualizado dentro do caos que era aquele gabinete.
Trinta minutos de silêncio e para ele depois dizer-nos:
- Estão ambos doentes de uma rara enfermidade. Não existe medicamento convencional para o vosso caso. Pois nem nome existe para a vossa doença. Estranho é ter o mesmo casal duas doenças diferentes e extremamente raras.
Perguntei-lhe qual era o nosso destino. Ele pensou uns cinco minutos, que me pareceram horas e perguntou-nos se estávamos dispostos a servirmos de cobaias e usarmos duas invenções dele…
- Ninguém ainda teve a coragem suficiente para as usar. Tenho dezenas de medicamentos para casos raros. Cada um para um caso específico.
Estávamos desesperados e não tínhamos outra alternativa. Aceitamos, claro está que tivemos de assinar uns documentos que afirmavam ser da nossa vontade sermos medicados. A Julinha o seu documento e eu o meu.
 Que alívio, assim que terminei de ingerir o medicamento todo o sofrimento desapareceu. A minha Julinha também. Eu até pedi ao meu amigo para me deixar conduzir, pois já sentia saudades de um acto tão simples como conduzir o meu carro. O cientista nada nos cobrou.
Chegamos e felizes da vida, até colocamos uma música romântica de nome morna e começamos a dançar.
Aconteceu o inesperado, primeiro a Julinha, teve um ataque de calor que não resistiu e se despiu completamente.
Eu, embora estarmos apenas os dois em casa, senti a necessidade de a tapar com os meus braços. Coisas inexplicáveis de pudor humano. E consegui, pois de repente os meus braços se transformaram em duas enormes asas. O meu rosto tornou-se literalmente branco.
É o que sou hoje, um homem ou um animal. Entretanto adquiri uma força e posso proteger a Julinha sem grande sacrifício. Ela nunca mais pode se vestir. Comprei um chapéu especial com dois orifícios por onde salientam os dois chifres que nasceram-me junto das orelhas e um pouco por cima.
O cientista, por remorso, depositou uma boa quantia na nossa conta bancaria. Eu, nunca suportei injustiças, me transformei num herói do bem! A Julinha teve que ficar em casa, sempre pronta e a minha espera… A espera do meu abraço e do meu aconchego.

João Pereira Correia Furtado
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Praia, 25 de Fevereiro de 2015

GEORGINA CAÇADOR (SEGREDO)

 

G- Gosto de segredo e muito
E – E tanto o amo que não partilho
O – O segredo partilhado
R – Rapidamente em boato se torna
G – Geme de dor se espalha pelo vizinho
I - Imensa é a frase “não digas a ninguém”
N – Ninguém fica sem saber o foi segredo
A – Antes do amigo de peito o ouvir e contar!

C - Conselho de amigo para o amigo
A – Ama teu segredo e no coração
Ç - Cerrado à sete chaves o guarde
A - Amigo de confiança tem outro tal
D – De tanta confiança que nele confiará
O – O teu amado segredo e a cadeia da amizade
R – Rastilho de pólvora é para o que era teu segredo!

João P. C. Furtado
Praia, 05 de Março de 2015
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quarta-feira, 4 de março de 2015

O MEU PRIMEIRO “MEIO-DIA” DE ESCOLA


O MEU PRIMEIRO “MEIO-DIA” DE ESCOLA 

Meu primeiro dia de aula? Tenho pouco para dizer de bom. Já falei da pequena cidade e repetir seria, desculpa o pleonasmo, ser repetitivo.  Foi naquela cidade de Sto. António de Príncipe. A escola era numa antiga igreja com uma torre onde havia um enorme relógio, espero que ainda lá esteja, que de meia a meia hora despertava a cidade com o seu toque característico, bastava contar para saber que horas eram… Bem meio-dia e meia, uma hora e uma hora e meia eram apenas “um DOMMMM”.
Eram sete horas e meia quando encaminhei pela primeira vez até a escola. Fui sozinho, tinha sete anos e cresci na cidade. Não senti alegria nem tive tristeza. Apenas fui à escola.
Os professores chamaram os alunos, cada um os seus. Não havia lugar para todos na antiga igreja. Os Novatos foram para uma sala pertencente ao paço do concelho. Era o maior edifício da cidade e era onde toda a autoridade da Ilha se instalava. Desde o chefe máximo, o Senhor administrador até nós, simples alunos da primeira classe e no primeiro dia de aula.
Recordo do meu pequeno livro de onde só entendia os desenhos, do meu lápis, que pequei com a mão esquerda e fiz algum rabisco… Entretanto o que não esqueço é do intervalo.
No meu primeiro intervalo, eu totalmente desadaptado com o meio, eu antes sempre brinquei sozinho no rio ou no campo, depois de algumas correrias, cansado e aborrecido encostei-me na parede do edifício para recuperar o ar. Ao lado estava uma mesa, provavelmente foi colocado ai provisoriamente. Tive a infeliz ideia de subir sobre a mesa e descansar.
Cinco minutos depois, eu estava no chão e com o braço direito imobilizado. Nunca tive a certeza do que teria acontecido.  Tenho uma vaga imagem de ter sido puxado por uma colega, a Leonor (Nónó), mas como ninguém disse ou confirmou nada… Restou-me ser levado pela minha mãe à Sã Maía.
O Professor Pascoal teve o bom senso de mandar chamar a minha mãe por um dos alunos. Éramos todos conhecidos na cidade.
A Sã Maía entendia do assunto. Juntou folhas diversas que triturou num pilão e adicionou vinagre. Com a mistela, duas ripas feitas de cartão de papelão grosso e uma liga feita com a parte inferior da saia enorme da minha mãe, a Sã Maía imobilizou-me o braço direito.
Não fui ao hospital, não obstante a dor sentida, havia garantia que não seria melhor no hospital. Afinal foi o meu primeiro “meio-dia” de escola.
  
João Pereira Correia Furtado
Praia, 06 de Fevereiro de 2015
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terça-feira, 3 de março de 2015

ALGO ESTRANHO NO ÚNICO PIOLHO



Os "mandigas" muito óleo pediram
Latas velhas trapos pra chocalho
Tambor e apito e correntes tinham
Até na rua um carro muito velho

Um bandido estava de olho
Por segurança proibido foram
Os "mandigas" muito óleo pediram
Latas velhas trapos pra chocalho

Policias sempre atentos notaram
Algo estranho no único piolho
Coxo dançava e mãos mal curvavam
No pé trocado ia torto o chocalho
Os "mandigas" muito óleo pediram

João Furtado
http://joaopcfurtado.blogspot.com
Praia, 10 de Fevereiro de 2015

É A MINHA BANDEIRA A MINHA NACIONALIDADE



Sou cigano ponto de interrogação
Talvez seja ou talvez não seja
Mas sua bandeira minha alma deseja
E se escolhesse seria o céu e a imaginação

O infinito com suas estrelas e seus planetas
Não colocaria apenas a carroça e o acampamento
Nem limitaria o meu presente no passado lamento
Terminaria as fronteiras na terra e entre os planetas

A minha bandeira é a de todo o universo
E de todas as cores do branco ao negro
E do arco-íris ao tradicional preto e branco
Todos com o mínimo e ninguém com pouco
E alguns com muito e fruto de escuso lucro
A minha bandeira tem um poema no seu verso

Um poema da PAZ e de amor e da perfeita AMIZADE

É A MINHA BANDEIRA A MINHA NACIONALIDADE!


João Pereira Correia Furtado
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Praia, 26 de Fevereiro de 2015

CONTO MINIMALISTA - NASCEU O PADRE MANUEL



NASCEU O PADRE MANUEL
A mãe rezava e o Manuel achava inútil. O câncer lhe consumia e a morte aproximava. Acreditando ela acendeu uma vela que lhe queimava as mãos enquanto se consumia… Era a fé… A dor do Manuel diminuía “é morfina”… Não era, era a fé da mãe. Próximo teste daria negativo. Nasceu o padre Manuel da mão deformada.

João Furtado
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Praia, 10 de Fevereiro de 2015

segunda-feira, 2 de março de 2015

AMOR DE PERDIÇÃO



AMOR DE PERDIÇÃO

Foi um sonho e pareceu real a rosa
Que acordado ainda tenho a duvida
Parecia ter vida a rosa primorosa

Fechava e abria e claro seduzia
A borboleta que mal deixara o casulo
Ávida de experimentar da vida a alegria


Enamorada a borboleta se apaixonou
E pela rosa encantada de fome expirou

João Pereira Correia Furtado
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Praia, 03 de Março de 2015