quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

ALMA GÉMEA MINHA



 Existe a máquina do tempo
Esta na nossa humana mente
Regresso 40 anos frequentemente
Para sentir o senti naquele tempo

Foi uma foto simples e a preto e branco
Vi e o um coração vibrou como nunca antes
E vi nos negros e belos olhos presentes
Que tu serias aquela que tudo dedico
Se longe estiveres meu coração palpita
E sente que metade de mim está longe
Até dormir para mim é mil sacrifícios
És a mulher dos meus sonhos e desígnios
Se não te digo mais é porque a ideia me foge
Pois sinto, meu amor, que és a bendita

Alma gémea minha!

João Pereira Correia Furtado
http://joaopcfurtado.blogspot.com
Praia, 26 de Fevereiro de 2015

terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

COMUNICAÇÃO PELA PELE






Tenho pouco mais de dezoito anos. Vivo com os meus pais e tenho o meu pequeno quarto. Todo ele pintado de rosa. Sou a única filha deles. Tenho irmãos, mas apenas eu é que sou menina, portanto sou a coqueluche da família.
Sozinha no meu quarto, aprendi a dormir tal qual eu nasci. Vivo numa terra de temperatura alta, o mínimo nunca é inferior aos 22 graus centígrados. Tomei o meu banho nocturno e aproveitei para lavar a cabeça. Amarei a toalha de banho e foi para o meu quarto, uma toalha castanha e muito fina, adoro muito usa-la.    
O quarto, totalmente nua, eu pequei na toalha e amarei a cabeça, ela era enorme e sobravam duas pontas. Completamente nua, como já afirmei, deitei e dormi…
Acordei, eram meia-noite em ponto. Prostrei-me sobre a cama. Tinha apenas um lençol vermelho sobre a minha parte intima e o resto era a pele nua. Vi para a parede a minha frente. Havia uma sombra em forma de asa em forma circular e no centro, uma espécie de um buraco branco de onde senti uma brisa suave que me envolvia. Os meus seios jovens e firmes estavam com a sensação de serem acariciados. Senti-me envolvida numa música nunca antes ouvida. Embalei-me ao som e passei para um estado, diria eu, entre dormir e acordar. Entre realidade e sonho, foi nesta fina cortina que vi o que nem eu acredito…
Ele entrou… Foi pelo “buraco branco”. O príncipe, até vinha com o turbante e a espada. Abraçou-me e beijou-me. Trocamos caricias. Ele, sentindo o calor que cá temos, achou por bem copiar-me e eu ajudei-o a se transformar num “sem roupas”. Eu e ele na flor da nossa pele, mudos e surdos, nos comunicamos. Toda a nossa pele, minha e dele foi o nosso meio de comunicação. Donde o nosso inesperado amor tudo pode dizer e fazer.
Acordei tarde e sozinha, com o grito da minha mãe:
-Mariazinhaaaaaa! Já passa da hora de acordar, menina!
A minha primeira reacção foi observar a parede, com a luz do dia, nem sombras, nem “buraco branco”.
Na minha memória ficaram o prazer vivido e a ideia estranha de reparar que quando o meu Príncipe se ia embora, o centro da sombra me pareceu negro… será que ele veio pelo “buraco branco e regressou pelo “buraco negro”… Ou não passou de mais um dos muitos sonhos estranhos que tenho tido nos meus últimos quatro anos, desde que me transformei numa moça?

Praia, 17 de Fevereiro de 2015

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

A MINHA CEBELE



A MINHA CEBELE

Tive um belo e especial sonho
Tudo parecia lindo tal desenho
Teu braço é que era tão estranho

Tuas costas tinham a cor da pele
Encantadoras tal da deusa Cebele
Uma asa era teu braço e peguei nele


Bela, o teu corpo, contemplavas Tal estrela

Que engano meu, a asa enfeitava a pintada tela

João Pereira Correia Furtado
http://joaopcfurtado.blogspot.com
Praia, 11 de Janeiro de 2015

terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

ALGO ESTRANHO NO ÚNICO PIOLHO





Os mandigas muito óleo pediram
Latas velhas trapos pra chocalho
Tambor e apito e correntes tinham
Até na rua um carro muito velho  

Um bandido estava de olho
Por segurança proibido foram
Os mandigas muito óleo pediram
Latas velhas trapos pra chocalho

Policias sempre atentos notaram
Algo estranho no único piolho
Coxo dançava e mãos mal curvavam
No pé trocado ia torto o chocalho
Os mandigas muito óleo pediram

João Furtado
http://joaopcfurtado.blogspot.com
Praia, 10 de Fevereiro de 2015

SILVIA ARAUJO MOTTA




S - Sílvia Araújo Motta parabéns pela praça
I - Imensa alegria senti ao ver teu nome
L - Lindamente escrito na placa azul
V - Você, amiga merece esta condecoração
I - Importante e eterna com razão
A - A História jamais esquecerá a tua obra.

A - A literatura, amiga poetisa, grande mestra
R - Raiz profunda deixa e tal um rio divino
A - Anda e caminha para o mar e forma
U - Uma corrente cristalina que mata a sede
J - Jorra da alma poética humana de você que
O - Os deuses no alto Olimpo assim determinaram!

M - Minha amiga, um dia irei conhecer a tua Praça
O - O meu desejo é este e tudo farei para conseguir
T - Terei um dos melhores passeios imaginados e
T - Tirarei uma flor lilás que lá vejo e admiro
A - A flor que será a minha companheira no regresso!

João Pereira Correia Furtado
Praia, 06 de Fevereiro de 2015
http://joaopcfurtado.blogspot.com

FANTASIA POR UM DIA



FANTASIA POR UM DIA

F – Fazer de conta que sou rei
A – Apenas por umas horas ou um dia  
N – Nada de tristeza e apenas alegria
T  - Toca o tambor e os pés ao ritmo
A  - Amanha será para a reflexão
S  - Sentir que o homem continua
I  -  Imaginando o mal e educando para a guerra
A – A bela fantasia de Carnaval é apenas terça-feira!

F – Fingir que tudo é perfeito vale a pena
A – As crianças brincam e dançam
N – Nos rostos as alegrias estampam
T – Tantos outros estão a sofrer
A -  A cruel e desnecessária guerra
S -  Segue seu trilho e não lembra da trégua
I  -  Instigada por razões  jamais imagináveis
A – Aqui se brinca, a guerra é longe, merece-se esta alegria!

F -  Faz-se desfile e na rua se samba
A – A alegria contagia e tudo é Carnaval
N – Na televisão a noticia é de festa
T -  Tempo de informações sobre execuções sumárias
A -  As violações dos direitos humanos
S – São por um dia esquecidos… Acontecem
I -  Infelizmente, mas ao som da batucada e do samba
A – Aqui onde alegres e egoístas brincamos, não chegam!

João Furtado
http://joaopcfurtado.blogspot.com
Praia, 10 de Fevereiro de 2015