GRITOS AMARGOS
Insípidas se tornaram as palavras
Tudo se tornou sem algum sentido
A arte julgada e o engenho tido
Se ocultaram e fugiram das letras!
Dizem que é o mês de alegria e amor
E o momento para poesia é propício
Mas para mim tudo está sendo fictício
Vejo guerra, fome, doença, crise e dor!
Os homens continuam os mesmos cegos
Dão esmolas a troco de ricos agradecimentos
Mas criticam os compradores de indultos…
As famílias perdendo os familiares apegos
Transformam em nus e vazios lagos
E eu, pobre de mim, solto gritos amargos!
João Furtado
Praia, 02 de Março de 2012