sábado, 3 de março de 2012

MINHA LOUCURA PROVÁVEL

MINHA LOUCURA PROVÁVEL

Lembrei-me hoje de ti minha Fémia-Pardal
Há quase um ano, completo, que não te oiço
Sei que é a minha sina... Amigos perder Que faço
Eu para que todos de mim fugirem... Afinal?


Tu eras o único que comigo tinhas paciência
Passavas horas e horas calmamente me ouvindo
E eu, feliz da vida, tagarelando... Tagarelando
Vi-te partir e esperei... Não voltas-te... Não sabia...


Ainda continuo sentado no mesmo lugar
E de janela vejo perto a mesma árvore frondosa
E tu? Já não estas poisada nela... Queda... Ociosa...
Quero continuar a falar... Mas sem ninguém a escutar....


Sabes, minha amiga, até falar sozinho eu podia
Mas o mundo dos homem não é como o teu mundo
Se os homens souberem e verem em mim um doido
Vão me internar, apenas porque ninguém me ouvia!


Iria gritar, berrar e dizer que sou são e saudável
E que loucos eram eles que só sabem destruir
Mas que ganharia eu? Eles de mim iriam rir
Comprovando com meu ato a loucura provável!


João Furtado

Praia, 03 de Março de 2012