sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

QUE O AMANHA SEJA DE CONFIANÇA

O ano chega ao fim
Hoje é de Dezembro
O trinta e um
Amanha o Janeiro entra
E o mundo celebra
Mais um dia
A Paz dedicado
Enquanto na Nigéria
Em Teu nome
Senhor
Se mata
Apenas porque
Uns Te chamam
Deus
E outros
Alá te batizaram
Senhor
Te peço
Diga aos meus irmãos
És o mesmo
Seja qual o nome que Te chamem
...
Não dá para esquecer
Gbagbo ao poder agarrado
Se o mesmo autorizou
Que eleições se fizessem
...
A Natureza continua
A se mostrar instável
Na Austrália de um lado chove
O tripulo do necessário
E do outro...
O calor e a seca
Quer fogo atear

O Haiti é quase esquecido
Não por se ter melhorado
Mas porque
Outras calamidades
Mais destrutivas se levantam
E nós humanos
Ávidos
Novidades procuramos!

O Mundo se torna
Mais explosivo
E já nem a carta
É recebida
Sem que o medo
Da bomba
No ar
Se pairar!

Que o amanha
Que se aproxima
Seja… sim …seja
De
PAZ
De PAZ no interior
De cada um de nós
E
Que o mundo
Seja da confiança
No amanha
Cheio de rosas vermelhas!


João Furtado

31 de Dezembro de 2010

domingo, 12 de dezembro de 2010

VAGUEANDO POR AQUI NESTE MUNDO

Andei naquele, noutro e neste autocarro
Ao lado esteve, está e estará um amigo caro
Que com encontros e desencontro já nem reparo!

Desta vez ia ver minha querida e estimada tia
O aniversário dela mais uma vez era o dia
Nada pude eu comer, um dente muito doía...

Enquanto o autocarro violentamente trepidava
Eu este poema imaginava e escrevê-lo tentava
Uma menina indiscreta ao lado gargalhada dava!

Perto uma madura mulher casada com o Baco
Tentava a força dar ao rapaz novo um cavaco
Ele, o rapaz na jovem força olhava com asco!

Meu pensamento continuava vagueando
Ao ritmo do autocarro sempre viajando
Aos homens e ao mundo meditando!

De Quioto à Copenhaga à Cancun há anos
De reuniões de certezas e de enganos
No céu o ozono chora com os danos!

África de Sul é a próxima esperança
Nesta caminhada que nada alcança
Porque o homem quer cheia a pança!

Na China continua recluso o dissidente
Que recebe o Nobel e fica ausente
E oferece ao mundo mais um presente!

No Ocidente prega-se a divina liberdade
E Wekliks pensa que é pura verdade
E vasculha, vira e revira sem necessidade!

O segredo dos deuses chega aos ouvidos
E muitos no Olimpo sentem-se ofendidos
E acusam o ladrão de dados perdidos!

Mais o crime não pode ser crime
Procura outro que só pode ser crime
Como é livre o polvo do livre Regime…

Entre os cínicos deuses do Ocidente
E o pachorrento e obeso Buda do Oriente
Situa a virtuosa Terra do Médio Oriente!

Passam os tempos e os costumes permanecem
E a justiça e os hábitos duros e cegos fazem
Com pedras mulheres e meninas perecerem!

Não havendo por rectidão dos machos as violações
Adultérios são para suas fêmeas as acusações
Nobres homens, belas acções e puros corações!


O autocarro parara… era a última paragem do destino
Ainda tinha tempo para lembrar do menino
Recém-nascido e abandonado ao seu destino!

Era das treze de hoje o jornal da tarde de sábado
Do dia depois dos direitos humanos desejados
E do jornalista reclamando direitos atropelados!

Triste e envergonhado por pertencer a espécie humana
Descia e via uma vendedeira com uma única banana
Que me dizia, feliz e dengosa, que se chamava Bela Susana!


João Furtado

12 de Dezembro de 2010

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

F E L I Z N A T A L

F Foi numa noite fria e calma

E Enquanto todos leito tinham

L Lá longe numa gruta deserta

I Inda Menino o Deus Nascia Pobre

Z Zelado por Maria e José e as Estrelas.



N Não teve cama nem cobertor, mas,

A As estrelas, Ele teve e anunciavam

T Tão longe quanto pequeno é o Mundo…

A As prendas vieram e entre elas o sofrimento, e,

L Lágrima dos homens chorava enquanto Maria Sorria!





João Furtado

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

FELIZ NATAL E PROSPERO ANO NOVO

Fazendo o balanço do ano que finda
Este 2010 não foi mau de todo
Lentamente o dengue reduziu-se e as
Ilhas ficaram mais verdes com as chuvas caídas
Zelo à volta e vejo um povo um pouco mais alegre...

Na verdade o dinheiro não é muito
A pobreza crescida no mundo se reflecte,
Também não podia ser diferente…
A terra toda em recessão e nós os flagelados…
Lógico está que tínhamos que sofrer também!


E…


Para o Ano 2011 que vem Novo
Repleto de segredos e promessas
Os meus maiores desejos são para todos
Saúde e paz e amor e respeito pelo ambiente
Para que o mundo seja mais saudável
E a guerra, o maior mal dos homens,
Rejeitado seja pelos governantes do Planeta
O gasto resgatado que sirva para construir a PAZ…

Amor, bela palavra e símbolo de saúde mental
Não deixem que o ódio mate este bem interior
O amor que alimenta-nos e vive dentro de nós!

Nesta quadra de reflexão e balanço total da vida
O meu pedido, o presente que espero de todos vós…
Vos peço em presente, respeitem a Natureza
O mundo que temos pertence aos nossos NETOS!



João P. C. Furtado

Embaixador de Poetas del Mundo em Cabo Verde

Praia, 08 de Dezembro de 2010

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

O NATAL DO JOAQUIM

Era uma vez, um menino que morava numa casa muito pequena e feita de pedras soltas e de barro. A casa era coberta de palhas. Ele vivia com a avó. A mãe tinha morrido e o pai viajado para Europa e nunca mais tinha dado noticias.
O nome da avó era Matilde e do menino era Joaquim. Ele e a avó Matilde moravam no campo, numa localidade rural da Ilha de Santiago chamado Rui Vaz.
O Joaquim tinha apenas oito anos, mas era ele que tinha a responsabilidade de sustentar a casa. Ele levantava cedo e ia buscar água no burro. Graças a Deus, ele tinha um burro. Depois ia dar palha a única cabra que tinha e milho as quatro galinhas e um galo. Se fosse tempo de “as águas” ia tratar de roçar ou semear ou mondar conforme a época... As duas coisas que um menino de oito anos devia fazer eram estudar e brincar, o Joaquim não tinha tempo.
O Joaquim não tinha tempo para estudar nem para brincar.
Havia meses que a avozinha Matilde havia se adoecido e não podia fazer nada. Ela estava cada vez mais fraca. Os vizinhos ajudavam, mas cada família estava verdadeiramente mais preocupada com os seus próprios problemas, que não eram poucos.
O pior aconteceu, era uma sexta-feira triste de Dezembro, triste e coberta de nuvens cinzentas. Era na noite de Natal. Havia muita festa em todas as casas, menos na casinha pobre do Joaquim. A avó Matilde estava a delirar, ia morrer...
O Joaquim chorava, gritava e rezava, mas ninguém ouvia. A noite era de festa e de Missa. Uns tinham ido a São Domingos que era a localidade mais perto ouvir a Missa de meia noite. A Missa que anunciava o nascimento de Jesus. Outros estavam a preparar os bolos e as comidas próprias para a data.
Apenas uma casa vivia a tristeza da vinda da morte e da separação da única família que o Joaquim tinha. A casa do Joaquim.
No momento em que o Joaquim desesperado caiu por terra num sinal de impotência e resignação, ele ouviu uns toques suaves na porta. Nem perguntou quem era. Disse apenas:
-Por favor, entre, venha me ajudar!
Um homem velho e de cabelos brancos entrou e aproximou-se e disse:
-Joaquim, meu filho, que posso fazer para te ajudar?
-Senhor salve a minha avó, é única pessoa que eu tenho no Mundo!
-Meu filho, ela tem que partir, é a lei da Vida.
-Mas Senhor, eu não tenho mais ninguém neste mundo. Como irei ficar sem ela?
-Tu tens-me, meu filho. Também tens o teu pai. Não sabes, mas ele pode te ajudar...
-Senhor, nunca eu vi o meu pai, nem sei quem ele é.
-Ele vai aparecer, vem dorme. Descansa aqui na minha perna.
-Sim Senhor!

O Joaquim ajoelhou-se e colocou a cabeça sobre a perna do velho e estranho visitante. Adormeceu.
E foi assim que o pai dele o encontrou meia hora depois... Era quase Meia-Noite...

O pai do Joaquim, cansado com a emigração havia resolvido regressar. Chegou e encontrou a mãe falecida sobre a cama e o filho ajoelhado a dormir, com a cabeça sobre a almofada. Na noite de Natal.

João P.C.Furtado
Praia, 30 de Novembro de 2010


http://www.poetasdelmundo.com/verInfo_africa.asp?ID=4541

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

A TERRA E A GUERRA PELA PAZ




JOAO PEREIRA CORREIA FURTADO


Jamais pensei escrever um livro
O Segundo que vai ser publicado
Ainda parece ser um sonho e é
O meu medo é acordar e ter a desilusão!

Perdoem-me os meus leitores
Esta ousadia temerária
Repleta de pouco tino
Esta loucura néscia e
Insana de juntar letras
Rir da sorte das palavras criadas
Alinhar frases e dar algum sentido…

Claro que não sou poeta
O que sou…, sou maluco…
Revejo a minha pura loucura
Revestida na vontade de melhorar
Este nosso Planeta Terra
Informo e doente e sem saúde
Ao caminho do fim anunciado…

Fazer-me de profeta se aceita
Uma verdade é certa, desatinos todos são…
Relegar para mim o papel de defensor de,
Tamanha ousadia a minha,
A continuidade da vida e do Planeta…
Deveras que “A TERRA E A GUERRA PELA PAZ”,
O meu pobre erário é da minha testada demência!


João Furtado

Praia, 18 de Outubro de 2010

terça-feira, 30 de novembro de 2010

NATAL 2011

O tempo que foi já era
Nesta nova e difícil era
Na mudança da pobre terra!


O inimigo cruel e sem rosto
Com maldito e péssimo gosto
De criar inocente desgosto!

Mulheres e crianças nossas
São mortas em massas
Para força mostrarem apenas!

Lá vem a porta o Natal
E nós cá pensamos que tal
E o terror com bomba fatal!

Não se tem a confiança
Nem da carta com fiança
Pois pode provocar matança!

O homem do homem morre
Tanto na grande e gêmea torre
Como quando de morte corre!

O pobre já este é de fome
Pois nada tem que se come
E ninguém tem que se tome!

Até a terra que foi pródiga
O homem antigo que o diga
Estéril se torna e quase mendiga!

O Cristo de novo é desejado
E Obreiro o mundo seja transformado
E o pensamento para a paz direccionado!


João Furtado

Praia, 23 de Novembro de 2010

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

NÃO ESQUECER HAITI

O mundo não pode esquecer
O sofrimento permanente Haitiano
Completa em Janeiro um ano
E o povo continua a falecer!

Depois do terramoto, os dilúvios
E com ele a fome e doença
A miséria é constante presença
As tendas e o nada são anúncios!

Haiti continua a clamar pelo apoio
E eu cá impotente, grito com poema
Vendo o povo na pobreza estrema,
Esquecimento colectivo é meu receio!

João Furtado

17 de Novembro de 2010

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

ELA VOLTOU PARDAL

Pardal ela, a minha amada voltou
O meu amor esta de volta
E com ela a minha devota
Filha, a Nuna também regressou!

Para e escuta amigo pardal
Hoje sou eu a falar e a cantar
Ouvi-te durante meses a tagarelar
Hoje vamos trocar de papel, que tal?

Psiu, por favor, amigo, silêncio absoluto
Estou feliz e hoje muito me contento
Comigo próprio, sei qual o teu intento
Queres me fazer perder impar momento...

Esquecer que a família se reuniu
E que egoistamente tudo se tornou cor de rosa
E sair desta paz e alegria primorosa
E lembrares-me a Chinesa que China prendeu!

E que tenho eu a ver com a Iraniana
Pardal chato e sem mínimo de juízo
Ou com a França e greves e prejuízo
Hoje que o mundo é aqui e aqui termina?

Deixa para amanha ou me conte amigo
Dos minérios que sãos e salvos estão
Todos com felicidades no coração
Com suas famílias... Apenas isto... Te digo!


João Furtado



Praia, 14 de Outubro de 2010

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

O REGRESSO DO PARDAL

Finalmente regressas pardal
E belas notícias trazes enfim
Das entranhas surgem os minérios


Meses em cativeiro forçado
A altas temperaturas vividas
A esperança não esmoreceu!

A alegria do teu canto
Pela acção nobre de resgate
Me contagia e me faz sorrir!

Finalmente o homem
Nas muitas desgraças
Dá uma razão de se ter razão!

Obrigado pardal pelo hino
Que bem cantas
Os meus ouvidos se regozijam!

João Furtado

13 de Outubro de 2010

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

CHORO POR TI FRANÇA

Choro por ti minha querida e amiga França
Tu que já foste esteio prima da Liberdade
Hoje xenófoba te apresentas com intensidade,
Tu que ao mundo liberdade mostraste-a como divisa!

Ontem muitos dos teus filhos Ciganos
Mandas-te sair com os pais Húngaros
E hoje com pouco e muito poucos humanos
Pedes para até nomes mudar... Quais futuros?

Quero te pedir para reflectires França
E lembrares que sempre tiveste Legiões
E que o mal não está nas raças nem religiões
Mas nos corações com pouca ou sem esperança!

Te peço França que voltes a Liberdade
Que sempre vi em ti e em ti o mundo inspirou
E por ela Nova York a Bela esfinge recebeu
E se tornou na mais bela e acordada Cidade!


João Furtado

Praia, 11 de Outubro de 2010

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

LAMA VERMELHA MORTA E TOXICA

Lama vermelha, morta e tóxica se torna viva
E evade a bela e calma rural parte da Hungria
E do Danúbio, o rio ameaça tirar toda a alegria
Tudo se parece a egípcia praga Bíblica e Divina
Os campos outrora férteis e pródigos, estéreis se tornam
E os homens outras paragens mais promissoras procuram
E os nunca culpados animais e plantas, vítimas se tornaram!


João Furtado

Praia, 8 de Outubro de 2010

terça-feira, 5 de outubro de 2010

A COMPANHEIRA DO PARDAL

Meu pardal amigo porque está calada a tua companheira
Ela que sempre me contemplou com belos cantares
Sempre que noticias mil e desgraçadas trazes de outros ares
Que tu e eu de moles corações chorávamos e ela nas brincadeiras...!

Viemos de muito longo amigo e querido João
E ela viu e ouviu coisas que nunca pensou dos humanos
São tão maus, tão insensíveis uns com os outros e tão tiranos
Que até leis para suas fêmeas criam, viemos de Sudão!

Sem dó nem piedade esquecem-se das suas mães
E julgam a todas como prostitutas estranhas
Com sumárias decisões e maldades nas entranhas
Não lembram e nem recordam de origem dos primeiros pães!

Pardal, tu não conheces os humanos e dignos seres pensantes
Eu que de humano, te falo e te digo pardal, a pele tenho vestido
Posso-te relatar do muito pouco conhecimento humano obtido
Matam-se na guerra e na paz deixam morrer filhos fingindo-se ausentes...

Suas mulheres esquecidas que suas progenitoras são
E suas filhas e que criadas com amor e carinho e dedicação
Têm apenas ódio e desprezo e maldade no duro coração
E se julgam superiores uns aos outros exigindo adoração!

Que esperar destes seres que se transformam em feras
Senão a destruição de todo o planeta nosso a terra
Com a sua desmedida ambição construir apenas a guerra
Para defender o futuro... Mas como, se acabam com as primaveras?



João Furtado

O5 de Outubro de 2010

A COMPANHEIRA DO PARDAL

Meu pardal amigo porque está calada a tua companheira
Ela que sempre me contemplou com belos cantares
Sempre que noticias mil e desgraçadas trazes de outros ares
Que tu e eu de moles corações chorávamos e ela nas brincadeiras...!

Viemos de muito longo amigo e querido João
E ela viu e ouviu coisas que nunca pensou dos humanos
São tão maus, tão insensíveis uns com os outros e tão tiranos
Que até leis para suas fêmeas criam, viemos de Sudão!

Sem dó nem piedade esquecem-se das suas mães
E julgam a todas como prostitutas estranhas
Com sumárias decisões e maldades nas entranhas
Não lembram e nem recordam de origem dos primeiros pães!

Pardal, tu não conheces os humanos e dignos seres pensantes
Eu que de humano, te falo e te digo pardal, a pele tenho vestido
Posso-te relatar do muito pouco conhecimento humano obtido
Matam-se na guerra e na paz deixam morrer filhos fingindo-se ausentes...

Suas mulheres esquecidas que suas progenitoras são
E suas filhas e que criadas com amor e carinho e dedicação
Têm apenas ódio e desprezo e maldade no duro coração
E se julgam superiores uns aos outros exigindo adoração!

Que esperar destes seres que se transformam em feras
Senão a destruição de todo o planeta nosso a terra
Com a sua desmedida ambição construir apenas a guerra
Para defender o futuro... Mas como, se acabam com as primaveras?



João Furtado

O5 de Outubro de 2010

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

AI MEU AMOR, MEU AMOR E MEU AMOR

AI MEU AMOR, MEU AMOR

Ai meu amor, meu amor e meu amor

Caboverdeano é mesmo basofo, basofo
Olha lá amor, enquanto se morre em Kosofo
Eu cá brinco e de que maneira de embaixador!

Ai meu amor, meu amor e meu amor

Passamos tanto tempo a chorar, que seca
Das nossas penúrias e da prolongada secas
Se chover lamentamos as lamas... Que humor!

Ai meu amor, meu amor e meu amor

Ainda tem duvidas que somos basofos
E julgas que estou com falsos desabafos
Temos cidades mil vazias e alto rumor!

Ai meu amor, meu amor e meu amor

Olha o lixo que aquele visinho tem na porta
Foi colocado por outro vizinho, nada importa
Esta é a limpeza nossa, amor, transferência amor!

Ai meu amor, meu amor e meu amor

Com tanta coisa boa que Senegal tem
Copiamos o esgoto a céu aberto, temos também
Não é só em Dakar, em Lém Ferreira temos amor!

Ai meu amor, meu amor e meu amor

Nossa basofaria é grande e não tem limite
Só que ninguém nunca e nunca se admite
Somos mil pobres que helvéticos meu amor!

Ai meu amor, meu amor e meu amor

E helvéticos têm metade e nós o dobro
Olha que para isto escrever, eu cobro,
De ministros meu amor, temos muitos amor!

Ai meu amor, meu amor e meu amor

Eu não fujo a regra geral das nossas regras
Estou no dez a tomar e a encher-te de palavras
Enquanto você meu amor espera meu beijo amor!

Ai meu amor, meu amor e meu amor

Basofaria não tem limite mesmo querida
Falar de beijo e amor e pacata e sedentária vida
Enquanto França expulsa ciganos meu Amor!

Ai meu amor, meu amor e meu amor

Nós cá a içarmos a linda bandeira de desenvolvimento médio
Na Étiopia e não só na África a guerra e fome enchem de ódio
E de deslocados e de mutilados e mortes e de muito real terror

Ai meu amor, meu amor e meu amor

Esta bosofaria nasceu conosco, eu, a revelia me fiz poeta
E agora, sem mandato, quero dar esta de ser também profeta
E dizer ou mudamos e matamos o mundo, amor que destemor!


Ai meu amor, meu amor e meu amor

Ainda vou mais longe e atreve e penso e imagino e digo
Que nossos filhos vão nos cobrar o que fizemos, isto é comigo?
Ai meu amor, isto é de profeta, prever certo futuro não é de embaixador...

Ai meu amor, meu amor e meu amor

Caboverdeano é assim, nasceu assim, basofo vai viver
E assim vai ufano e muito senhor de si mesmo morrer
Que Tu tenhas pena e nos perdoe, Tu Deus que és de tudo Senhor!


João Furtado

24 de Setembro de 2010

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

PRIMEIRA CARTA A LIZITA










Para ti minha querida e amada filha
Que a sede da razão fez ir a Lisboa
Espero que estejas de saúde boa
Enquanto eu cá isolado fico na Ilha!

Não és a primeira a partir, minha querida bem
O primogénito Juanito foi há dez anos
E a esforçada Belma que tanta falta fizeram-nos
O Popas rebelde não se fez esperar também….

Mas tu me deixaste um vazio no coração
Não sei se por seres a mais recente
Ou por teres cá ficado como presente
Atenuante no momento de tanta preocupação!

Vezes sem conta tu tomaste a rédea a situação
E eu que mais me afadigado que resoluto…
Principalmente nos momentos de luta e luto
Me senti que és uma mulherzinha de acção!

A tua mãe não deve demorar o regresso
A casa irá ficar um pouco mais animada
A Nuna sempre a querer ser mimada
E tu longe procurando teu progresso!

Partiste agora e espero ver-te voltar em Dezembro
E o Popas, doce filhos para me alegrarem o coração
O Natal será mais alegre e será uma bela reunião
Por enquanto de coisas vossas boas me lembro

E rezo a Deus dos homens e dos Santos
Que vos iluminem nas vossas caminhadas
E que as maiores vontades vossas desejadas
Sejam coroadas de sucessos e de grandes êxitos!


João Furtado

Praia, 17 de Setembro de 2010

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

EU E O MEU PARDAL NOVAMENTE

Eu te vejo muito tristonho
Meu belo pardal confidente e amigo
Tão calado estas tu que sempre falaste comigo
Tu que sempre entraste até no meu sonho...

Estou muito triste amigo João
Venho do Cabo das Esperanças
E na bagagem trago poucas esperanças
As baleias são mortas que dói o coração...

E na terra a vida dos pacíficos elefantes
Não está nada fácil, dizem que é o fim
Todo por motivo apenas dos dentes de marfim
O mundo esta a perder os últimos gigantes

Pardal o mundo sempre foi assim
Que te espanta agora de deferente
O Homem por ser sempre carente
Plantas e animais e até ele próprio dá o fim!

A minha tristeza é ver, meu amigo
A nossa pouca voz entre os humanos
De crimes acusados e condenados por anos,
Por defenderem o mundo do perigo!

João Furtado

Praia, 15 de Setembro de 2010

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

A CHUVA, A BRISA E AS LAGRIMAS

Do céu a chuva rega a terra
Enquanto eu tento e faço
Este poema com pouca regra
Certo é teu todo meu espaço!

Feliz, sinto a terra inalando
O característico perfume natural
Enquanto tua ausência eu fico chorando
Sobre a lagoa da lágrima muito plural!

Ao longe um galo madrugador canta
Avisando a hora aos seus amores
E eu que só a tua beleza me encanta
Nem sinto na rua os efémeros rumores!

Uma brisa calma e suave
Chega até mim de mansinho
Tão discreta e tão leve...
Sinto nele teu desejado carinho!

Seco por dentro, no meu coração
E por lagrimas e chuva molhado por fora
Sinto alento nesta natural acção
E tu perto também, apesar dos embora...

João Furtado

Praia, 13 de Setembro de 2010

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

CARTA AOS MEUS AMIGOS

Ao som madrugador dos pardais
Os amigos meus mais íntimos
E que sabem que a todos estimo
Escrevo e desejo saudações cordiais!

Bem nobre é a poética missão
E o teu esforço, diria titânico
Bem merece uma compensação
E brevemente não serei único!

Nas mãos tenho a biografia
Da esforçada e querida Edite
E espero pela fotografia
Morreu-lhe a avó infelizmente!

Espero que assim que se recomponha
Me envie a foto e os belos poemas
Cabo Verde não se envergonha
Iremos ser muitos, não temas!

De São Vicente culta Ilha
Tenho a Linda Poetisa, India Libriana
Ela não está jamais enganada
Nos belos poemas feitos se perfilha!

O meu grande amigo Abrão Sena
Não me consta que seja poeta
Mas se entre nesta pequena cena
É porque amigos tem com sempre comenta !

Não como eu, que sou seu amigo por sorte
Pequeno e insignificante catador de letras
Mas grandes tubarões de poética arte
Venha de lá tua ajuda de grande nas palestras!

Jorge, meu grande amigo de anos passados
Tu és homem de PAZ e de amizade
Não fiques de pensamentos atados
Solta-os e aceita entrar nesta irmandade!

Para ti poetisa Artemisa Ferreira
Uma ajuda de fundo do meu peito
Passa a invisível e pequena barreira
E faça o que tem que ser feito!

Ao Mundo garanto e a Ti, Meg Poetisa
Pela grande e esforçada dedicação
Se conseguir esta minha premissa
De nós os poucos entrarmos, os sagrados virão!

João Furtado
Praia, Cabo Verde

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

EU E TU E O RELÓGIO PARADO

Amor os dias são cada vez mais longos

E aquele relógio que dava hora

Está totalmente parado agora

E eu... sinto falta dos nossos diálogos!



Já não recordas do relógio?

É ele que me acompanha

Tu o compraste naquela campanha

Da loja da esquina, a do Gregório!



Nunca ia a lado nenhum sem ti

Estávamos sempre juntos os dois

Talvez nem lembres... pois

Da alegria que na altura senti!



Nem tudo era cor de rosa

Mas vivíamos juntos todos os momentos

As vezes com os nossos lamentos

Outras vezes numa felicidade primorosa!



Sei que são da vida as contingências

A tua saúde exige a nossa separação

Mas é grande a falta no coração

E os meus ciúmes com suas exigências....



Tenho ciúmes amor, muito ciumes, te juro

Imagina que até do relógio também

Como ficaria a ti esperar tão bem

Se parado estivesse como ele… no escuro...



É verdade quando vieres traga uma pilha

(o relógio vai querer acordar e contigo

Sorrir e dar horas e minutos, que comigo

Ele fechou-se que nem um desértica ilha)



Tenho que te deixar querida e meu amor

Vou trabalhar, ficas no quadro sobre a mesa

E levo-te no coração comigo é uma promessa

Vais me acompanhar e moderar o meu humor!



E a noite quando cansado regressar

E cheio de saudades te ligar pelo telefone

Sabe, não terei outra qualquer fome

Senão de te atender e ouvir e escutar



E cansado irei descansar, mas te levarei

A tua fotografia no quadro, aquele quadro

Podes achar e com razão que sou “malandro”

Mas sozinho, juro-te amor, jamais dormirei !





João Furtado



Praia, 01 de Setembro de 2010

domingo, 8 de agosto de 2010

NÃO QUERO LIGAR-TE TELEVISÃO

Não quero te ligar televisão
Fazer você falar das guerras
Que deixam dizimadas as terras
Tudo por uma diferença de visão!

Não quero ter a ilusão
Que estão a procurar a paz
E que tudo que o homem faz
É por necessária razão!

Por que tanta tensão
Em busca da verdade suprema
Se a felicidade é um tema
Basta procurar com atenção…

A paz e harmonia e concórdia são
Do bem as únicas estradas
As noticias tão desejadas
Temo, jamais por ti chegarão…

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

QUERO BRINCAR E NINGUEM ME ENTENDE

Quero brincar e ninguém me entende
E se sério ficar estático e lúcido e consciente
Todos com ou sem pena julgam-me carente
Por qualquer pedido a minha mão se estende
Em busca da máscara do palhaço assistente
E eu , cá que sou tão perfeitamente inocente
De portador da mais louca mente
Sou chamado apenas por estar contente!

João Furtado

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

MEU PARDAL MADRUGADOR

Meu Pardal madrugador
De onde vens tão barulhento
E porque estás tão cheio de alento
E ignorando a minha tamanha dor…

Pardal se no silêncio quedo neste assento
Cheio de saudades dos que partiram e triste
Os meus olhos choram… Tu não sentiste…
Pardal vai deixa que só fique neste aposento!

Pardal para de chilrar e vai-te, tu não desistes?
Dá-me um pouco, mínimo, ínfimo de sossego
Deixa-me viver na mágoa em que me entrego
Alheio ao mundo e tudo em que consiste!

Que me importa se aumento o desemprego
Na antiga Europa, a nova “El dourado”
De nós os Africanos, todos desesperados
Ilegalizados e espancados… eu, o meu ego…

Dizes que imagens dos bebes arrastados
E também suas mães por policias na França
Está a matar toda a esperada esperança
Dos direitos humanos desejados…

E que continua a haver matança
Canibal no oriente médio
E que o ser humano cria ódio
E existe cada vez mais vingança…

Pardal, isto vem desde tempo primórdio
O homem sempre foi do homem predador
Deixa-te de queixar… mesmo com todo ardor
Nas palavras por ti posta não alterara o meu princípio!

Continuarei cá com a minha dor
Não aumentarei nela nem uma gota
Que muita alta é a minha quota
De sofrer por mim e por meu amor!

João Furtado

sábado, 31 de julho de 2010

Dois Homens, Dois Marcos




Não tenho tido muita vontade de escrever, estou em São Paulo ha três dias e apenas consegui fazer um pequeno poema... Há seis meses, que voltei a me contentar com pequenos poemas. Para dizer a verdade, talvez nunca devesse sair disto. Foi temerário seguir os conselhos da minha amiga Arlete, a Fada-das-Letras e entrar nesta salva desconhecida de fingir que sou cronista e vos entupir de crónicas… Graças a Deus, tenho a certeza que não serão lidas, vão desistir antes de iniciarem a enfadonha leitura e… eu tenho que envergonhadamente agradecer a vossa falta de vontade de perderem o vosso precioso tempo…

O outro culpado da minha ousadia é o Brasuca ACAS, escritor brasileiro Antônio Carlos Affonso dos Santos, não é que o maroto só sabe elogiar e ver arte em tudo que é escritos… ele disse me que escrevo bem e eu na vã gloria de me comparar com os que transformam a inanimadas letras em palavras e estas em frases vivas e textos com vida embarquei na onda dele...

Se por um lado ainda não pude conhecer a Arlete, minha ilustre professora virtual e amiga, a mulher que faz das letras a magia poética... Fui até Lisboa, era o meu maior desejo encontrar-me com ela, mas os imprevistos do destino nos colocaram longe um de outra a distância entre Santarém e Chelas em Lisboa. Tive o enorme prazer de conhecer o ACAS. Estive com ele uns escassos 40 minutos ou pouco mais, me pareceram ser alguns segundos... Ele não quis que eu regressasse a Cabo Verde sem conhecer a Avenida Paulista... Estou no hotel na República, o mais certo era regressar sem conhecer a famosa Avenida Paulista, se não fosse o ACAS. É verdade, já me ia esquecer, embora esteja com eles a poucos centímetros, ele me ofereceu três livros, sendo dois de autoria dele, o “Fragmentos” e o “A Sementinha” e aproveitamos as facilidades do mundo moderno e falamos com a Arlete. Não é que nos aproximamos mais... E aceitou escrever o prefácio da loucura minha e da Arlete, o “Olhares da Saudade”.

O “ Olhares da Saudade” é um “manuscrito” que eu e a Arlete escrevemos em parceria, na verdade ainda não terminamos, estamos a pensar escrever três volumes... já terminamos o primeiro... a nossa ousadia nos levou a convidar o ACAS para entrar nesta aventura e escrevermos os três o segundo volume. O ACAS não só aceitou escrever o prefácio, como aceitou embarcar no nosso “navio maluco” e eu... Sou o mais louco dos três... Já estou a morrer de ansiedade para iniciarmos o segundo volume...

Não é só ACAS que vi ontem, não conheci apenas a Avenida Paulista, antes, no intervalo de almoço fui com o Mario, o Mario é o funcionário com quem vim trabalhar, até a “25 de Março” e tomei um banho de ilustres desconhecidos que tanto orgulham os Paulistas, pelo menos é a sensação com que fiquei pelas palavras do Mario... Foi lá que vi um homem, um ilustre desconhecido, que irá morar no meu subconsciente talvez pela vida inteira. Nunca vi ninguém mais sujo e tão mal vestido... ele estava tão sujo que confundia se era branco, mestiço ou negro e... Vestia, alias trazia como camisas uns cartões e como calças... Também uns cartões que fingiam ser uma saia... E calçava literalmente nada... Graças a Deus este é o inverno quente e a noite? Perguntei-me a mim próprio...

-A impressão é a primeira vista... – fui informado – existem muitos albergues em São Paulo, mas preferem viver assim que se sujeitarem as regras dos albergues...

Será que irei pegar nesta frase e me sentir menos culpado pelas injustiças e desigualdade humanas? Não sei, amanha ao fim do dia irei voltar para Fortaleza e de lá para Cabo Verde. Será o fim de mais uma viagem... Na bagagem levarei mais três livros e a imagem de um amigo, o grande ACAS e de um desconhecido vestido de cartões, entre muitas outras recordações...




João P. C. Furtado
São Paulo, 10 de Julho de 2010

sábado, 17 de julho de 2010

PARDAL AUSENTE

Meu Pardal meu especial confidente
Para onde tu meu grande amigo foste
Tantas lamúrias, tantas más novas deste
E sem mais nem menos desapareceste,
Sabias que até fiquei muito contente
Contigo, meu grande amigo, ausente?
Logo pensei que a harmonia fez-se presente...
Puro engano, vã esperança, ... Os acidentes
Continuam acontecendo e... A humana mente
Engendrando maldades e destruições diariamente
A diferença foi, te digo Pardal, (in)felizmente
Eu me tornar do “País das Maravilhas” residente
Porque te perdi, tu meu grande informante!

quinta-feira, 15 de julho de 2010

BELA DE MARISE





BELA DE MARISE

Há meses, quando escrevi uma crónica sobre duas amigas minhas… uma delas minha conhecida, posso dizer, sem me enganar que vi a nascer… vi ela a dar os primeiros passos… a escola, o trabalho, o filho, sei tudo sobre ela. A Bela, Bela de Marise para todos os amigos…
Juntei na crónica uma outra mulher. Uma mulher do meu actual mundo, o meu mundo Virtual. Este mundo de muitas decepções, mas também de muitas alegrias. A Cristina Ubaldo, professora e escritora. As duas tinham, aliás, têm em comum a mesma doença, o cancro. Havia dito que eram duas mulheres muito forte, eram duas das muitas heroínas anónimas e estava certo… apenas não imaginava que o cancro havia de chegar tão perto de mim….
Muitas coisas mudaram em pouco tempo…. O câncer chegou mais perto de mim e o medo e a tristeza de ver amigos a sofrer e com coragem superarem o dia a dia… está muito mais perto de mim, a minha mulher, a pessoa que me acompanha desde a minha juventude, a pessoa que faz parte de mim, que jamais imaginei viver separado dela por mais de alguns poucos dias… está há mais de quatro meses longe numa luta contra o câncer. Ela também revelou-se forte e esta neste momento a ser tratar nos Estados Unidos. E eu….
Tive que aprender de novo a viver sem a companhia dela…tenho superado as saudades e as preocupações e tenho conseguindo com muita dificuldade organizar a casa, bem tenho recebido ajuda importante das minhas filhas… e não aconteceram poucas coisas nestes poucos meses de provações.
Meu pai adoeceu de repente. Tudo indicava que era uma simples gripe, a febre não passava e a temperatura do corpo era alta, tive que o levar ao hospital. Dias depois saía do hospital com a informação que havia tido uma crise de pneumonia e que para não contrair mais nenhuma “complicação” ele devia continuar o tratamento em casa. O estado dele era de melhoria continua… afirmaram… Fiquei contente, ele não queria ficar internado… mas nunca mais foi o mesmo. Deixou de se movimentar e a circulação sanguínea tornou-se deficiente. De dia ia trabalhar e as minhas filhas tomavam conta dele e a noite era a minha vez de lhe dar toda a assistência. Não teve melhorias. A temperatura só baixava a força dos medicamentos e o sofrimento dele me fazia sofrer como se fosse eu…e por fim, o principio do fim. Tive que leva-lo de novo ao hospital e de lá nunca mais sairia com vida.



A Bela regressou à Cabo Verde. As notícias não eram boas, mas era ela que mais animava todos que a iam visitar. Ela estava cheia de dores e falava no futuro, no único filho, nas festas e nos salões de beleza. Ria das anedotas forçosamente contadas e mostrava o corpo, cada vez mais fraco, como sendo o modelo da beleza. O rosto de anjo dela continuava Bela e sorridente… sempre que a ia visitar, eu regressava de rastos… sentia o sofrimento da minha amiga e via como sou pequeno e mesquinho e como ela era altruísta e nobre… foi de regresso de uma destas visitas que escrevi este poema:


BELA DE MARISE


Bela minha querida, teu sofrimento
Eu sinto dentro de mim, minha heroína
Lágrimas deito vendo-te na morfina
Ainda assim tendo alto pensamento!


De certo sabendo que tens dias contados
Esperanças tu aconselhas aos demais marcados!


Meu bem, tua memória deve ser preservada
Aqui onde quero colocar os deuses menores
Recanto este te reservo e quando morreres
Imagem tua estará neste poema lembrada,
Sei… falei contigo, ouvi-te és tão forte
E, … Deus te escolheu e te deu esta sorte!




Não pude visitar a Bela como queria, sob protesto da doença do meu sogro fugi algumas vezes desta dolorosa missão, nesta vontade de ir vê-la e “anima-la”… Era ela que mais me animava, a duas únicas vezes que coube-me o papel de tentar dá-la algum alento foram, a primeira há uma semana quando ela esteve nas Urgências inanimada… ela não conseguia dizer uma única palavra…, no dia seguinte, quando a fui ver em casa, ela já estava a sorrir e muito fraca, mas bem lúcida dizia-me:
-João, vi-te no hospital. Já falta pouco… Como esta a Nelita? Diga ela que tudo vai correr bem, para ela ter esperança em Deus. Ela vai ficar boa!
Brinquei com ela, escondi a dor que sentia, disse-a que ela era a mais bonita das três irmãs, ela disse que sim, que não tinha dúvidas sobre isto… e é verdade ela era linda.
A outra vez foi na última Quinta-Feira. Ela apenas conseguiu dizer-me:
-João, és tu? Como esta a Nelita…
E fechou os olhos, belos, jovens e serenos…
E vi na dor da mãe dela, a Marise… a mesma dor que ela a Bela estava a sofrer, nas irmãs e nas muitas amigas e amigos sempre presentes… isto foi há três dias, na sexta-feira passada não tive coragem de ir vê-la, queria guardar comigo a lembrança da Bela, a menina serena a dormir que havia visto no dia anterior… foi a mesma que encontrei ontem, serena, bela e num sono profundo… vi o corpo, toquei nas mãos e no rosto frio e sem vida… o corpo, porque a alma, esta sei que partiu… como todos os anjos a Bela esta neste momento no Céu na companhia de Deus, Virgem Mãe e dos Anjos e Santos em que sempre acreditou e colocou a esperança!

Com lágrimas nos olhos, aos quatro dias do mês de Julho do ano dois mil e dez,

sexta-feira, 9 de julho de 2010

MENINO DE RUA

Vai o menino tímido no meio da multidão
Ele já esqueceu que se chama Juvêncio
E caminha ele na rua no eterno silêncio
Vai trémulo e tímido e apertado o coração!

A mãe morreu ontem e o pai nunca teve
Vai pelo mundo sozinho andar sem amparo
Quase nu vai vestido e no rosto pouco preparo
Que da sociedade nenhuma misericórdia obteve!

Quando a fome sentir o menino Juvêncio
Irá ao lixo das esquinas tirar a refeição
Todos passam por ele, ninguém tem a reflexão
De ler nos seus olhos a fome no seu silêncio!

Quando anoitecer e sem Sol tudo ficar escuro
O menino cairá cansado numa qualquer esquina
É mais um que ao “menino-de-rua” a sorte lhe destina
E a sociedade continua no silêncio com coração duro!

sábado, 3 de julho de 2010

BELA DE MARISE

Bela minha querida, teu sofrimento
Eu sinto dentro de mim, minha heroína
Lágrimas deito vendo-te na morfina
Ainda assim tendo alto pensamento!

De certo sabendo que tens dias contados
Esperanças tu aconselhas aos demais marcados!

Meu bem, tua memória deve ser preservada
Aqui onde quero colocar os deuses menores
Recanto este te reservo e quando morreres
Imagem tua estará neste poema lembrada,
Sei… falei contigo, ouvi-te és tão forte
E, … Deus te escolheu e te deu esta sorte!

terça-feira, 29 de junho de 2010

AS BALEIAS MORREM EM CABO VERDE

Porque estas tu tão triste Pardalito
Que nem me brindas com tua linda canção
Sinto que dói o teu sentido coração
Para estares tão calado, tão esquisito…

E eu, meu amigo irracionalmente dito
Sinto-te num silêncio tão sofrido…
Diga-me, meu amigo o que tens tido
Que em mil acontecimentos eu medito

Dizes que as baleias sufocadas
À terra estão a dar aos cinquentas
E que as mortas tristes não aguentas
Será que no mar as águas estão contaminadas?

Queres contar muito mais amigo
Mas não quero ouvir mais nada
Já tenho a vida toda desgraçada
Apenas por falar, meu amigo, contigo!

Não é fácil, te digo eu, Pardal mensageiro
Ser eu teu único e sempre confidente
E ouvir os sofrimentos tidos por ti mormente
Ainda que volúvel como és, todos passageiros!

Meu pardal, ao chorares a morte das baleias
Que em Cabo Verde tristemente se suicidaram
Mais uma vez, meu amigo Pardal, me provaram
Que o homem é único que resume-se as suas ideias!


João Furtado
Praia, 18 de Junho de 2010

quarta-feira, 23 de junho de 2010

UNESCO MANIFESTO DOIS MIL




Uma iniciativa tão boa
Num esforço sem tréguas
Este de PAZ, não só falar mais alcançar
Sem duvidas que é tão nobre
Como indispensável para este conturbado mundo
Onde houver um homem deve ser proclamada!

Marchemos unidos para a PAZ
Atrevamos pensar como Gandhi
No esforço de uma luta sem armas e sem tréguas
Inda que para tal, a morte inglória alcancemos
Faremos o que certo está, e, o mundo agradecerá
Este nobre gesto à favor da PAZ tão desejada
Sinal este que da UNESCO vem este ano
Tarde, nunca jamais será se abraçados
Os homens todos neste sentido remarem!

Do futuro os nossos filhos e netos
Orgulhosos do passado nos agradecerão
Ilustrando com o nosso exemplo
Sua Historia e seu destino futuro!

Mil razões temos, nós os homens de
Instruirmo-nos na senda da PAZ, para
Liberdade, amor e harmonia alcançarmos!

sábado, 19 de junho de 2010

JOSE SARAMAGO

José que hoje lamentavelmente partiste

O vácuo enorme que deixaste na lusofonia

Será que um dia este vazio insípido e triste

E esta sensação por ti deixada passará?



Seres prodígios e incompreensivelmente humildes

A verdade seja dita, são únicos no Mundo

Rapidamente viveste 85 anos e obras muitas feitas

Amas-te tanto a Arte em Português que

Me sinto envergonhado de te falar, mesmo hoje com

As lagrimas contidas nos olhos sofridos…

Gostaria de dar aos familiares, aos povos… ao mundo enlutado

Os meus sentidos pêsames, eu o anônimo que sente tua falta!



João Furtado

18 de Junho de 2010

quinta-feira, 17 de junho de 2010

MEU PARDAL QUEDA MUDO E TRISTE

MEU PARDAL QUEDA MUDO E TRISTE

Meu Pardal queda mudo e triste
Está totalmente de negro pintado
Não sei porque esta tão calado
Só sei que me faz ficar tão triste…

Dos teus ensurdecedores chilrear
Pardal meu amigo tenho saudades
E das noticias tuas necessidades
E este teu ar que tens e faz marear…

Dizes que vieste do Golfo de México
E que lá os homens estão a matar
A natureza toda por simples azar
De lançamento no mar de óleo tóxico…

E que tu meu Pardal amigo e querido
Mergulhaste na maré negra resultado
E que sou eu, o teu amigo o culpado
Do enorme e terrível mal sofrido…

Que o homem devia ter menos ganância
E explorar com a natureza com respeito
E saber escolher e não ver o mundo desfeito
Pondo em risco a vida e a nossa permanência.

Escolher energias boas e chamadas alternativas
Que a natureza prodigamente tem oferecido
Embora por homem, dizes tu, jamais merecido...
Sabias palavras, Pardal… enfim como me cativas….

E tens razão, meu amigo e tens culpa, meu amigo
Porque estar no lugar errado e na hora errada
Não sabes que o homem na sua ideia tarada
Acha-se dono e senhor único deste único abrigo?

E eu vou te perder, Pardal amigo e mensageiro
Sei, que terei outro Pardal, talvez não tão amigo
Talvez tão barulhento, talvez anunciador de perigo
É verdade, é o círculo, tudo muda, meu Pardal ligeiro!

Será que um dia, cansado de tanta asneira
O homem aprenda enfim que deve mudar
E como tu meu Pardal, resolva consertar
Tudo que tem destruído por insana loucura?

JOÃO FURTADO
Praia, 17 de Junho de 2010

domingo, 13 de junho de 2010

AS MÃOS, VERDADEIRAS ARMAS!

Há anos quando era pequeno

Pouco mais de 4 anos tinha eu então

Admirava as casas enormes feitas

E as ruas e outras obras perfeitas

A minha mãe pegou-me nas mãos

E disse que tudo que eu via e admirava

As minhas mãos podiam fazer

As boas e as más obras

A paz e a guerra

O trigo plantar ou a bomba lançar

O carinho fazer ou a pedra atirar

As minhas mãos eram as armas

As armas do bem tão desejado

Ou do mal tão recusado

E tudo dependia de mim

Do uso que eu fizesse

Das lindas mãos que eu tinha!

E hoje sei que é verdade mãe…

E não posso pegar nas tuas mãos

E te dizer que tinhas razão

Tu descansas em paz no paraíso

E eu… bem eu com as minhas mãos

Aquelas mãos que tu pegaste há anos

Escrevo este poema sobre as mãos

As verdadeiras armas do bem e do mal!





13 de Junho de 2010 as 00:23

sábado, 22 de maio de 2010

O DIA INTERNACIONAL DA BIODIVERSIDADE

O Pardal de novo à janela e triste a cantar….

De onde vens Pardal, meu amigo
Infeliz e triste como estas?
Anima-te amigo que o mundo continua!

Isto pensas tu, homem néscio e sem tino
Não vês que a tua acção está a acabar com tudo
Tens que sobreviver pensas tu e na vã vontade
Estas a acabar com tudo e julgas que vais conseguir
Repara nas espécies antes vivas que hoje são fósseis
Não sentes que é o equilíbrio da Natureza que se periga
Ao matares os que tu julgas prejudicais como as minhocas
Claro está que não terei o que dar aos meus filhos
Inválidos e esfomeados e desnutridos irão morrer e
Os gatos e as cobras, não tendo pardais para caçar
Lamentavelmente estarão condenados a morte?

De certo que não vês o equilíbrio da Natureza
As matas verdes arrasadas tanta falta fazem…

Bocas Pardal, são bocas tuas e mais nada
Inventaremos alternativas válidas e viveremos
Olha que temos conhecimentos de transformar
De fazer vitaminas e minerais e modificar genes
Imaginamos logo criamos, não precisamos
Verdadeiramente dos teus conselhos…
Eu ti digo homem, tu tudo que fazes é apenas
Remeter todos nós para um fim trágico
Sem esperanças, nem alternativas e
Infeliz e egoísta e ganancioso tu homem
Deitas tudo no lixo e em lixo tudo transformas…
Agora me fazes rir Pardal… Somos seres superiores…
Dizes a verdade homem, sois seres superiores
E irão viver sozinhos debaixo da chuva ácida…





João Furtado
22 de Maio de 2010

O DIA INTERNACIONAL DA BIODIVERSIDADE

O Pardal de novo à janela e triste a cantar….

De onde vens Pardal, meu amigo
Infeliz e triste como estas?
Anima-te amigo que o mundo continua!

Isto pensas tu, homem néscio e sem tino
Não vês que a tua acção está a acabar com tudo
Tens que sobreviver pensas tu e na vã vontade
Estas a acabar com tudo e julgas que vais conseguir
Repara nas espécies antes vivas que hoje são fósseis
Não sentes que é o equilíbrio da Natureza que se periga
Ao matares os que tu julgas prejudicais como as minhocas
Claro está que não terei o que dar aos meus filhos
Inválidos e esfomeados e desnutridos irão morrer e
Os gatos e as cobras, não tendo pardais para caçar
Lamentavelmente estarão condenados a morte?

De certo que não vês o equilíbrio da Natureza
As matas verdes arrasadas tanta falta fazem…

Bocas Pardal, são bocas tuas e mais nada
Inventaremos alternativas válidas e viveremos
Olha que temos conhecimentos de transformar
De fazer vitaminas e minerais e modificar genes
Imaginamos logo criamos, não precisamos
Verdadeiramente dos teus conselhos…
Eu ti digo homem, tu tudo que fazes é apenas
Remeter todos nós para um fim trágico
Sem esperanças, nem alternativas e
Infeliz e egoísta e ganancioso tu homem
Deitas tudo no lixo e em lixo tudo transformas…
Agora me fazes rir Pardal… Somos seres superiores…
Dizes a verdade homem, sois seres superiores
E irão viver sozinhos debaixo da chuva ácida…





João Furtado
22 de Maio de 2010

quinta-feira, 22 de abril de 2010

O DIA DA TERRA

Hoje, 22 de Abril é o teu dia Terra
E cá estou eu à janela o mesmo cantar escuto
Enquanto o homem a vida enterra
Tu pardal continuas a dar o mesmo tributo!


Pardal inocente e belo pássaro cantante
Não precisas destruir nada para viveres
Continuas a estar perfeito e alegre e distante
Enquanto a Terra chora… escuto teus cantares…


Pardal, eu quero te pedir um favor excelente
Não pares de cantar, meu amigo inocente
Aproveita tua bela música bela e inconsciente
Para alertares os homens da situação presente!


A terra, o único planeta onde podemos viver
Tu pardal, belo e pequeno e desinteressado
E eu que estou cá e te tentar dizer
Que a terra… veja pardal, o recente passado!


A terra treme de doentias convulsões
Gripada, na Islândia Europa espira
Com dores estremece em tufões
Tornados e maremotos… grande é a ira!


Cansada a Terra tenta tirar das costas
O peso das humanas acções irreflectidas
E tu pardal amigo, alheio fazes o que gostas
Egoísta… humanamente…de ti nenhumas ajudas obtidas!

João Furtado

terça-feira, 20 de abril de 2010

PARDAL INOCENTE

Da janela te vejo pardal inocente
Cantando tua canção lindamente
E eu que estou muito consciente
quero alertar-te do perigo iminente
Mais sou tão pouco inteligente
Que a tua linguagem simplesmente
Jamais entrou na minha humana mente
E o mundo que os homens continuamente
Vão destruindo muito inconscientemente
A ti também pertence logicamente
E eu te vejo da minha janela, pardal inocente
cantando a bela canção da Natureza perfeitamente…

João Furtado

Praia, 19 de Abril de 2010

quinta-feira, 1 de abril de 2010

PASCOA 2010

Já se passaram 2010 anos Jesus
E todos sabem de cor as tuas palavras
São recitadas e ditas por todos
Uns com sentimentos e outros… bem
Sem pensarem que não basta falar, temos que as viver…

Cristo Jesus tu que por mim e por todos
Relegaste a Vida Divina que era tua,
Imaginaste e escolheste ser crucificado
Sem pecado, não os podias cometer,
Tomaste as tuas costas, as nossas muitas faltas
O teu único objectivo foi nos salvar, Jesus!

Não sei se conseguiste, Meu Senhor
A tua mais uma Pascoa é já no próximo Domingo e
Zelamos para um bom banquete e mesa farta
A tua compaixão e os teus ensinamentos
Rejeitamos e esquecemos deles, Jesus
E cegos não vemos os que morrem de fome…
Na terra as guerras continuam e … e…
O ódio Senhor… é a nossa bandeira, Senhor !

João Furtado
01 de Abril de 2010

quinta-feira, 25 de março de 2010

ALDA ESPIRITO SANTO

Alda, tu sabes que já fazias
Lindos e belos e perfeitos poemas
De onde a Alma do teu povo e da África
A vida e o alento ganhavam orgulhosos…

Enquanto eu, bem tu sabes como ninguém
Sem saber escrever e falar ouvia e mudo ficava
Perdido no nada que era o meu mundo,
Ignorante não percebia que os teus poemas queriam
Ressuscitar o velho homem africano
Intacto no pensamento e integro no viver
Tão independente como auto-suficiente…
Os teus poemas não são utópicos, Alda, um dia será realidade!

Sei que nunca serei poeta para imaginar e escrever
As lindas poesias como tu e apelar a elevação das consciência
Na esperança de ver o homem e a África e o mundo
Todos com o mínimo necessário para se alimentar…
Olha Alda, bem lamento… Eu continuo a não saber escrever…



João Furtado

24 de Março de 2010

terça-feira, 23 de março de 2010

O DIA MUNDIAL DO TEATRO

O DIA MUNDIAL DO TEATRO


O Palhaço saiu a rua e fez palhaçada e crianças riram…

Disse que o Mundo está com problemas e em
Inferno se tornou e tudo é um apocalipse, até…
As florestas estão a se transformar em desertos.

Mares turvos e do céu chuvas ácidas
Uns furações destruidores aqui e ali
Não menos destruidores terramotos…
Do actor cenas de terror foi visto
Imagens de guerras e destruições
A actriz, de Terra vestida, moribunda
Lamentou a sorte e contorceu de dor…

Do malabarista viu-se água pura, liquido cristalino se evaporar e
O Oxigénio tão raro ar em carbono se tornar…

Tudo não passou de um teatro feito hoje
Este dia Mundial do Teatro e do riso
As crianças e alguns adultos tiveram o que rir
Te digo Palhaço, te digo Actor, te digo Malabarista
Riram e gostaram, mas não entenderam nada
O choro… sim deviam chorar, a Terra está a morrer, sim!



João Furtado

23 de Março de 2010

O DIA DA AGUA POTÁVEL

O DIA DA AGUA POTÁVEL

Digo-te, aliás te peço homem
Inda que seja pelo amor ao teu egoísmo
A água que resta, tente poupa-la por favor!

Dela é a esperança da vida na terra
Acredito que já sabes que é a única verdade!

A tua sorte está traçada
Gente louca e sem juízo
Uma morte lenta te espera
A água que poluis é a tua necessidade!

Podes acabar com a última gota
O teu pouco tino, homem, pode ser fatal…
Tu sabes és a água como teu mundo é
Água na sua maior parte
Vês água em tudo que vive
E tão pouca é potável e boa
Levas a poluição até a pura fonte…


22 de Março de 2010


João Furtado

terça-feira, 16 de março de 2010

ISABEL FURTADO

I - Isabel, estou a ler um poema belo e triste
S -Sabes, a poetiza tem o marido doente
A – A sua alma esta triste mas não desiste
B - Belo poema escreveu e… ciente
E - Está que chorando alivia sua imensa dor
L - Li e lembrei-me de ti, de mim, da nossa dor!

F - Falar e dizer que sinto o mesmo por ti…
U - Uma coisa é certa, nenhuma dor é igual
R - Revirar tudo e não te … bem… encontrar
T - Tenho por consolação o telefone a tocar
A - Agora vês que a dor e bem desigual
D - Depressa longe ficaste e eu cá por ti…
O - Os meus olhos não param lágrimas verter, mulher!


João Furtado

segunda-feira, 8 de março de 2010

DIA INTERNACIONAL DAS MULHERES

De ti, eu me recordo mulher
Imagino-te minha mãe, minha irmã
A minha amada, mulher da minha vida!

Imagino-te com saúde a cuidar dos teus filhos
Na luta pela sobrevivência do dia a dia
Tanto na Paz tão desejada, como na guerra tão nefasta
Enfrentando fome e calamidades
Recordo de ti, no Chile e no Haiti
Na Turquia ou na Etiópia, és tu a sofrer, mulher
A tua dor é sempre maior
Claro que também és criança as vezes
Infringida de mil atrocidades neste mundo
O teu corpo não tem idade para ser vendido
Não poucas vezes és maltratada e no silencio
A tua voz brada pelo socorro que jamais chega
Lutas, enfim, com todas as armas não nunca tiveste!

Digo-te que também és feliz mulher
A tua alegria é o consolo meu
Saber-te feliz e no teu regaço descansar-me…

Mulher és a parte bela do homem
Uma é por mim hoje recordada
Lembro-me de ti, doente e fazendo da fraqueza força
Há muito sabes que estas condenada
E mesmo assim no teu rosto vejo apenas alegria
Ris para veres felizes, todos que te rodeiam
E todos julgam que és a felicidades encarnada
Só eu sei que és uma heroína esquecida pela história!

João Furtado

08 de Março de 2010

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

ELISA HELENA FURTADO




E hoje é o dia de parabéns
Lentamente foste criando
Imaginei-te sempre criança
Sempre minha princesinha
Agora, hoje, de repente mulher, 18 anos fizeste!

Hoje estou feliz por ti menina
Estas de parabéns e eu também
Lembro do dia que nasceste
Eras pequenina e frágil e mal se podia te pegar
Nunca imaginei que hoje
Agora, de repente estivesses a fazer 18 anos!

Foste crescendo aos poucos
Uma vontade férrea de ser grande
Reparei sempre que tiveste
Tu a quereres ser grande e…
Acredita, eu a pensar que nunca
Deixavas de ser criança, minha filha
O teu dia, hoje, de repente, estas de parabéns!

João Furtado

Praia, 21 de Fevereiro de 2010

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

CARNAVAL 2010

Carnaval é samba, é folia, é divertimento
A vida esquecida e os problemas mascarados
Rios de lágrimas escondidos… é Carnaval
Natureza ferida e homens se matando
As mulheres espancadas até a morte
Violações infantis e genocídios
A Paz tão esperada e nunca alcançada…
Lamento não me mascarar e também tudo esquecer…
João Furtado

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

GOD BLESS HAITI

Grande Senhor, meu Deus
Outra coisa eu não te peço
Dê alento aos que sofrem e pão aos famintos…

Bem sabes que somos o que somos
Lamentamos e gritamos por Ti nestes momentos
E para esquecermos de Vós quando
Somos felizes e alegres e tudo tivermos
Senhor esqueça as nossas fraquezas, nos ajude!

Há dor e sofrimentos e mágoas por mundo espelhado
Aqui as penúrias, ali a fome, alem o frio glaciar
Inda não nos esquecemos do tsunami na Indonésia e
Também na memória temos os famintos mortos da África,
Impressiona ver a força de um minuto da Natureza no Port-au-Prince!

João Furtado
26 de Janeiro de 2010

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

O BENFICA PELO HAITI

O - O BENFICA PELO HAITI

B - Bom gesto merece ser louvado
E - Este do Benfica são dos mais
N - Nobres que nenhum clube jamais
F - Fez e te digo que deves sentir-te honrado
I - Imagem tua será no Haiti sempre lembrado
C - Como a dor a miséria e os ais
A - Ao teu ouvido chegaram, louvores chegaram muito mais!

P - Pelo Haiti, ti digo, se benfiquista não era
E - Estejas certo que me tornaria agora
L - Lamento não poder estar lá na hora,
O- O meu coração lá esta e lá permanecerá

H - Haiti tua dor chegou à todo o canto
A - As outras dores do mundo tão aclamadas
I - Inferiores se tornaram te vendo sofrer
T - Todas as forças que agrupadas
I - Inferiram para te ajudar, merecem um canto!

João Furtado

19 de Janeiro de 2010

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

AJUDE HAITI AJUDE MUNDO

As vidas, centenas ceifadas
Jamais se viu tão trágico minuto
Uma dor tão grande num povo tão pobre
De onde veio esta força e este tamanho luto
E tantas pessoas sem vida nas ruas espalhadas?

Há limites para tudo menos para a dor
A natureza tão amiga e tão perfeita
Irracionalmente destruiu uma cidade
Tamanha a destruição, quanta vida desfeita
Impacto tão fatal e tão destruidor!

Ajude Haiti mundo, que bem necessita
Já e agora, neste momento, que tarde
Uma maior calamidade pode criar
Das lágrimas deitadas e da dor que arde
E dos males do corpo, Haiti não desista!

Meu Deus como pude esquecer
Um Brasil de derrocadas mortífera
Na África as fomes e as guerras permanentes
Da humanidade, a sua interior fera
O Haiti, sim, um minuto que fez tudo estremecer!

João Furtado

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

NATAL FELIZ PARA TODOS






N - Neste NATAL de um Ano tão sofrido

A - Amor, Paz e união há todos desejo

T - Tenho que recordar de Manuel de Novas

A - As suas belas musicas natalícias

L - Lamento sua morte e paz a sua alma!






F - Falar de Natal é falar de vida

E - Esperar do mundo a compreensão

L - Ler nos olhos das crianças a alegria

I - Imaginar todos como irmãos neste mundo

Z - Zelosamente guardados por Deus nosso Pai!






P - Pois é assim que desejo a todos


A - A mais caridosa quadra natalícia, este ano


R - Reparados de todos os males da vida


A - Alguma riqueza também e muita paz, repito!




T - Também quero ter esperança de


O - Ouvir no fim do próximo ano vindouro


D - De todos a certeza que foi melhor que


O - O ano epidémico que vivemos possa


S - Ser recordado pelo bem e pelo amor!



João Furtado

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

CODE DI DONA





Como ousas deixar-nos homem
O teu espaço único jamais será preenchido
Douto compositor e perfeito musico, sido
Escola da vida a única que tiveste homem!





De certo este Pais ficou inconsolavelmente órfão
Imagem e obras tuas lembradas sempre serão!



Descansa em Paz herói de Cabo Verde
O teu nome e a tua vida serão sempre lembrados
Nos belos “funanas” sempre que cantados
Agora e sempre quem obra deixa nunca se perde!




João Furtado

06 de Janeiro de 2010

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

QUE A GUERRA SEJA DE PAZ

Quero ter a certeza plena
Uma certeza inabalável que
Esta guerra é para termos a PAZ!

Assim esforçar com diálogo como única arma!

Gostaria de sonhar que isto é realidade
Utópica realidade e perfeita aspiração
Estar fumando cachimbo da Paz
Respirando o ar da concórdia e harmonia
Respeitando os animais, todos eles e…
As plantas nossa fonte de oxigénio!

Sem destruir nossos irmãos
Esta poderia ser uma verdade
Jamais outra riqueza foi ou será maior que
A vida, única perfeição da criação Divina!

Deus a vida do nada criou e que maravilha
E para O glorificar, ela deve ser respeitada!

PAZ e Amor, concórdia e felicidade aspiremos sempre
Alcançar e para tal lutemos sem violência
Zelosos que da violência apenas violência vem!


João Furtado

05 de Janeiro de 2010