domingo, 29 de junho de 2014

LANÇAMENTO DO LIVRO “SÃ LOUCURA”


A satisfação plena do marco atingido. É o que aconteceu ontem comigo. No lançamento de SÃ LOUCURA houve uma loucura, uma sã loucura. O livro fala muito de mim e do meu pequeno mundo e ontem o dia rodeou a minha volta.
Com um programa quase irrealista de lançamento chegamos a Assomada com um atraso de 10 minutos. O público não era muito, já tinha sido alertado pelo meu amigo professor Daniel Medina, mas como sempre achei que ia conseguir a inversão do já considerado um facto consumado, enganei-me, não muito, pois tive uma casa bem composta, não o que expectava, mas o que foi possível.
Levei para Assomada a minha amiga Antonieta Lopes, o grupo de teatro “ UMBRELLA TAPA TXUBA”,  o grupo de musical “RABOITA” e... Deixei para o fim, o grupo musical de São Domingo. Deixei para o fim propositadamente. Há quase dois anos escrevi um poema inspirado num acontecimento muito triste. A morte de uma prima da minha mulher e, sobretudo, minha amiga.    
Nas cerimónias fúnebres dela as conversas, que habitualmente é sobre as qualidades do defunto ou da defunta, foram todas à volta do filho, que batizei de José. Todos perguntavam por ele e falavam dele. Uns em monossílabos, que para nós é como se falassem tudo e mais alguma coisa. Ele foi um grande ausente e como era filho único, mais se notou a central ausência. Eu sabia que muito do que diziam era injusto, já fui correio do José por várias vezes... Não era verdade que ele nunca dava noticias, mas como existe vários “José” em que as vicissitudes da vida foram superiores as saudades enormes que se sente da nossa terra e se desligam... Embora sofrendo diariamente...  Assim nasceu o poema “JOSÉ NEN NOBA NEN NOTISSIA” escrito no crioulo e transformado pelo grupo de São Domingos na composição.
Ontem ouvi a uma das mais belas composições, sou suspeito, mas com tanto aplauso e pedido de bis, resta esta conclusão.
Um pouco ofuscado com a música tivemos uma representação invejável dos outros dois grupos. O do teatro, “ UMBRELLA TAPA TXUBA”. Fez uma bela peça onde fundiu duas das crónicas do livro “Sã Loucura” e o grupo “RABOITA” presenteou-nos belas e melodiosas musicas.
Por fim, terminou-se com uma curta metragem de Mario Almeida, um amigo meu, “A RAPARIGA”. Ninguém teve coragem de sair, muito embora a fome já fizesse as suas exigências. Dava ideia que todos desejavam transformar a sala de espetáculo da Universidade de Santiago da Assomada numa enorme tenda!
João Furtado
Praia, 29 de Junho de 2014
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domingo, 22 de junho de 2014

PAULINO FURTADO

 PAULINO FURTADO

P  Paulino Furtado Mendonça
A A hora é de festa e alegria
U Um bolo e velas lindas do dia
L Lembrar-se do Aniversário e  desejar
I Imensa Saúde e muita boa disposição
N Na certeza que muitos e muitos virão...
O  Os mil futuros e todos de muita festa!

F Foi um dia como hoje há meio século que mais
U Um estrela começou a brilhar no céu
R  Recordo, tinha eu seis anos, mais não esqueço
T  Tu nasceste, o menino meu irmão e hoje
A  Aniversariante meio-centenário és e te quero bem  
D  Desejo-te tudo de bom e de melhor e que
O O amor, a saúde e a PAZ nunca te falte e


        MUITOS PARABÉNS E FELICIDADES para ti e toda tua família!


João Furtado
Praia, 22 de Junho de 2014

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Embaixador Universal da Paz - França - Genebra - Suiça - Cercle Universel des Ambassadeurs de la Paix Delegado da U.L.L.A. em Cabo Verde

quarta-feira, 18 de junho de 2014

VOU PERDER OU GANHAR O TEMPO A ESCREVER


Hoje despertei com o som do pardal
Quis dormir de novo... Mas é o galo
Tem direito ao seu canto... Afinal
Pobre de mim, quem sou para julga-lo?
Vou perder ou ganhar o tempo a escrever
E imaginar os cantos, o que querem dizer?  

Certamente por Afeganistão rezam
Onde dedos se perdem por se votarem
Ou por Iraque as bombas não param
E demonstram a cultura do homem
Que vê na violência a suprema força
E para a paz e o amor não se esforça

Talvez rezam por aqueles que morrem
Sem saberem por que pagam com vida
Para causas estranhas que desconhecem
E por alguém ou grupo... Reivindicadas
Como se a vida perdida fosse um troféu
E a alma não pertencesse ao Deus do Céu!

Talvez queiram me dizer que lógica
Tem este mundo para tanta guerra
E tanta destruição e tanta crítica
Quando se podia rir e com a guitarra
Tocar e cantar o amor e a saúde e a paz
E ao irmão de abraçar ser enfim capaz!

João Furtado

Praia, 18 de Junho de 2014
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Embaixador Universal da Paz - França - Genebra - Suiça - Cercle Universel des Ambassadeurs de la Paix Delegado da U.L.L.A. em Cabo Verde


segunda-feira, 16 de junho de 2014

BOM DIA SOL DE HOJE

Bom dia Sol de hoje 
Preguiçosamente despontas 
Como se não queres trazer teu calor 

E eu muito embora transpire 
Dele preciso para poder sorrir 
Vem Sol... Vem e caminha 
Caminha e vai... Vai meu Sol
Vai que certamente vais encontrar 
O meu coração ali desapareceu 
Sabes Sol num dia como hoje 
Em que tu preguiçoso estavas 
Descuidado fiquei e sem dar por mim 
Perdi o meu coração e o meu amor 
Só tu o podes encontrar 
Se tu o veres... 
Diga-o apenas que volte 
Que volte e venha me ver
Pois sem ele nada mais foi o mesmo 
Nem eu,. . Nem tu... Nem a vida 
Que se tornou insípida e 

SEM SENTIDO

João Furtado

Praia, 16 de Junho de 2014

domingo, 15 de junho de 2014

PARA UNIVERSIDADE DE CABO VERDE UNI-CV



Um novo e perfeito entretenimento surgiu
Nos sábados as 10 na UNI-CV no Palmarejo
Imensos poemas e cada vez melhor recitados
Vou me habituando à ser bom ouvinte
E quem sabe um dia razoável recitador
Recitar é uma arte e precisa-se urgente
Só escrever não chega é preciso levar ao ouvinte
Impressionar e criar neles o vírus de ouvir
De gostar e de ver imagens quem entram
Através dos sons e que vão habitar
Dentro do nosso corpo carente
E saciar a sede que temos da arte e do belo

Decerto virão desenhos e pinturas
E a Minerva ciumenta irá aparecer

Cada vez mais a qualidade e a quantidade
Aqui apresentada mostram que a Musa
Bela e Lírica veio para ficar por cá
O tempo que o tempo der e permitir

Veja também a Afrodite que apaixonada das Ilhas
Espalha por cá e sempre o seu topical perfume
Reparei ontem que o Posídon também apareceu
Da salgada agua do mar que nos cerca e nos faz sonhar
E tudo para impedir que as sereias por cá mudem todas

João Furtado

Praia, 15 de Junho de 2014
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Embaixador Universal da Paz - França - Genebra - Suiça - Cercle Universel des Ambassadeurs de la Paix Delegado da U.L.L.A. em Cabo Verde

PAZ E AMOR PARA ARLETE PIEDDADE



P orque não amiga Arlete Piedade
A tua vontade que seja feita
Z ela por os colocar juntos nas divulgações...

E sempre que de PAZ E AMOR falares

A presente os poemas em dueto
M esmo porque se tanto e tanto se repitir
O s homens, nós, acabaremos por assimilar e
R ecordar que nus viemos e sem nada partiremos... 

João P. C. Furtado
Praia, 15 de Junho de 2014

ARLETE PIEDADE LOURO

ARLETE PIEDADE LOURO

À Nigéria irei e pedirei a “Boco Haram”
R espeitosamente que para ti, minha amiga
L ibertem as meninas e elas possam voltar às escolas
E assim estudarem e construírem o futuro da terra
T ambém, na viagem, passarei por Corno de África
E centro e norte e sul deste continente e pedir para plantarem a Paz...

P or Iraque irei e ali falarei de ti e da necessidade
I mperiosa de sentirem que a violência só violência dá
E mesmo por cá, onde a paz reina há esforço
D ecerto que por ti pode-se fazer amiga
A qui podemos ensinar os nossos filhos
D ize-los para estudarem e não verem na fácil vida um caminho
E os nossos governantes devem ver melhor para a pobreza e a igualdade

L onge ou perto sempre existem coisas por melhorar
O caminho da Paz merece pequenos sacrifícios
U m passo importante na cidade do filho da Loba
R esplandecentemente o improvável trio deu
O gesto nobre simbolizado no plantar da Oliveira

         PARABÉNS E MUITAS FELICIDADES E MUITA POESIA E PAZ minha amiga e irmã
         portuguesa!


Praia, 15 de Junho de 2014
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Embaixador Universal da Paz - França - Genebra - Suiça - Cercle Universel des Ambassadeurs de la Paix Delegado da U.L.L.A. em Cabo Verde

sábado, 14 de junho de 2014

FALTAM-ME O CORPO E O CALOR DA MINHA AMADA


Enquanto na copa a redonda bola
Leva gente para teu Brasil enorme
Eu medito neste calor que esfola
Sobre esta terra e o seu perfume

Terras e povos pelo mundo existem
Mas este é o meu com os seus defeitos
Mas com as suas virtudes também
Que alimentam o orgulho nos peitos

O mar nos cerca nos divide e nos une
Traz-nos do mundo do que nos falta
Mas também com saudades nos pune
Num vai e vem da maré baixa e alta

E eu com um gesto quase macabro
Molho na molhada agua salgada a mão
E sinto um grande vácuo no cérebro
E um enorme aperto no coração

Vem por instante a grande tentação
Que todos os das ilhas é dela pródigos
Porque não sair expandir e abraçar a emigração
Mas... E a saudade dos que ficariam e são amigos

Escrevo cartas de amor e ao mar lanço
Na esperança de um dia ser por ela lida
Choro a mágoa da dor e o vazio abraço
Faltam-me o corpo e o calor da minha amada!


Praia, 14 de Junho de 2014
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Embaixador Universal da Paz - França - Genebra - Suiça - Cercle Universel des Ambassadeurs de la Paix Delegado da U.L.L.A. em Cabo Verde


sexta-feira, 13 de junho de 2014

AO SANTO ANTÓNIO PEÇO A INSPIRAÇÃO


Meu amor apetece-me namorar
Hoje mais um dia de namorado
É sempre bom e melhor amar
E por meu amor ser mui amado

Ao Santo António peço a inspiração
E assim te escrever uma quadra
Que te leve o que trago no coração
Certamente de Deus a sublime obra

Lá fora aquele Pardal belamente canta
Claro que de amor à sua bela amada
Queria eu ter arte e engenho do Poeta
E como ele cantar à alma desejada

A todos que se elevam no amor
Hoje desejo um bom e apaixonado dia
E a ti de quem sou cativo do amor
Digo-te que continua aquela nostalgia

Ela é de saudades o único fruto
E tu afirmativamente único remédio
Não descansarei e por teu amor luto
E acredita teu beijo é acalento necessário!


Praia, 13 de Junho de 2014
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quarta-feira, 11 de junho de 2014

EU E O PARDAL E A CONVERSA

EU E O PARDAL E A CONVERSA

Hoje que me sinto tão macambúzio e triste
Eis que tu Pardal chegas tão contente
Choro prantos por meu amor ausente
E das noticias por ti dadas do Continente

Néscio e virado para teu próprio umbigo
Não sabes das novas do Continente velho
Que deviam te encher de mais puro orgulho
No Oriente a PAZ tenta vencer o mal antigo

Um Santo tenta mostrar a coragem da PAZ
E consegue colocar na mesma Oração
Diferenças que muitas guerras fizeram
E surge um ósculo que julgava-se incapaz

Não te entendo Pardal barulhento
De que falas tão excitado e empolgante
É da Palestina ou outra parte do Oriente
Que de tanta guerra estou pouco atento

Lá onde foi fundado por dois Irmãos
Que a Loba felizmente deu os seios
Já falo com certezas e sem receios
Plantaram a Oliveira e dará os frutos

Mais não digo senão as esperanças renascidas
Nos homens fazem-me esquecer da miséria
E acreditar que as meninas presas na Nigéria
Brevemente serão todas libertadas

Sonha Pardal, vai sonhando amigo Pardal
Que eu espero apenas por meu amor
Que me trata o alívio para esta dor
Que a ausência dela é a causa inevitável

João Furtado

Praia, 11 de Junho de 2014
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terça-feira, 10 de junho de 2014

PARA ARLETE PIEDADE

PARA ARLETE PIEDADE

L indo... Arlete...  Muito lindo o seu poema
U m nobre gesto para um poeta enorme
I maginei fazer o mesmo , mais a arte
S inceramente não é tanta  creia-me...

V ou contentar-me com o papel de leitor
A qui neste canto que ele provavelmente
Z éfiros de Morabeza sentiu e também de amor

D ecerto penso eu de sou néscio na geografia
E le por mar não foi ao Oriente sem pisar esta Terra

C laro que por cá deixou algum poema
A lgures na praia negra e bela e quente
M ergulhada na esquecida história das ilhas
O nde apenas as serreias nas noites de luar
E ncontram-no e deliciam-se recitando alegremente
S empre Melancólicas esperando o nobre poeta!

João Furtado
Praia, 10 de Junho de 2014

domingo, 8 de junho de 2014

MOSTRANDO AO CABO VERDE O SEU TRILHO



Sou das Ilhas de Cabo Verde
Terras verdes de esperança e nome
Estou neste arquipélago verde
Porque escorraçado fui pela fome

Foi no longínquo ano de quarenta e sete
E num qualquer e incomodo cargueiro
Nunca senti Cabo Verde tão presente
Hoje Cabo Verde é tal este coqueiro

Hoje cinco de Julho é o dia da Independência
E eu que sou apenas um serviçal anônimo
Vou fazer deste coqueiro a haste da história
Onde vibrarei o destino e também o meu ânimo

Sou de muitos flagelados o rosto
De um sofrimento talvez desnecessário
E que longe e distante vive com gosto
Este marco deste povo tão necessário

Sinto que amanha a catana será mais leve
E menos penosa a saudosa saudade
E esperança da terra deixada tão breve
Para viver esta dura e cruel caridade

Agora sei que voltarei para ti um dia
E verei a bandeira que também é minha
Ao vento abraçar os homens cheios de alegria
Orgulhosos de jamais sentirem a fome que definha

Voltarei nem que seja para encontrar
A cova que me espera com orgulho
E de lá sentir a bandeira e o seu arejar
Mostrando ao Cabo Verde o seu trilho



João Furtado 
Praia, 08 de Junho de 2014 (CINCO DE JULHO DE 1975)
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Embaixador Universal da Paz - França - Genebra - Suiça - Cercle Universel des Ambassadeurs de la Paix Delegado da U.L.L.A. em Cabo Verde

terça-feira, 3 de junho de 2014

PARA DJELINE



PARA DJELINE

Menina bonita e querida
Feliz dia eu te desejo amor
Cheio de alegria e humor
Neste dia de mais um ano de vida

Continua, meu bem, a crescer
Cada dia que passa outro melhor
Que se apresenta cheio de cor
Para tu linda menina viver
Tu sabes que estas no meu coração
Pequena Djeiline grande filha
Coração de ouro… Que maravilha
Continua para o bem a estender tua mão!

Parabéns e feliz e perfeito aniversário
Que mil vezes apareça e cheia de festa
Com saúde e sabedoria e tudo que presta
E que o futuro seja de certeza e muito brio!

João Furtado
Praia 03 de Junho de 2014


domingo, 1 de junho de 2014

CRIANÇA



A idade que tu tens tenra
E sem duvidas inocente
Impera do adulto consciente
O dever de dar-te vida pura

É o primeiro de Junho
E tu criança és recordado
E eu vejo-te rejeitado
E do futuro sem um sonho

Na rua vejo-te a crescer
E sem futuro é o teu futuro
Tu que devias ser o ouro
Para o nada estas a ver

Onde está a tua escola
E o teu direito ao pão
E que te faz triste o coração
E uma arma na sacola?

É de ti criança maltratada
Que hoje recordo neste poema
Tu que és no conflito e com arma
Tropa de uma guerra nunca desejada

Tu que estas sem família
Que tens que no pedir
Tua profissão e o teu sorrir
Tu, criança que sem alegria!   

João Furtado
Praia, 01 de Junho de 2014