quarta-feira, 7 de setembro de 2016

MILAGRE QUE NÃO ABUNDA


MILAGRE QUE NÃO ABUNDA


Vai o bote cheio de gente e vai a deriva
leva a onda e por sorte não afunda
Esta cheio da multidão que a vida priva
E o espaço é pouco e não abunda

O mar mediterrâneo mostra raiva
A  multidão pressente que a água é profunda
Vai o bote cheio de gente e vai a deriva
leva a onda e por sorte não afunda

No bote tem bebê que lhe dói a gengiva
Chora e berra e tem molhada a bunda
Desesperos e a morte parece nada passiva
Um barco e salvos  milagre que não abunda
Vai o bote cheio de gente e vai a deriva

João Pereira Correia Furtado
Embaixador de Paz – Cabo Verde
Praia, 07 de setembro de 2016