MEU PARDAL QUEDA MUDO E TRISTE
Meu Pardal queda mudo e triste
Está totalmente de negro pintado
Não sei porque esta tão calado
Só sei que me faz ficar tão triste…
Dos teus ensurdecedores chilrear
Pardal meu amigo tenho saudades
E das noticias tuas necessidades
E este teu ar que tens e faz marear…
Dizes que vieste do Golfo de México
E que lá os homens estão a matar
A natureza toda por simples azar
De lançamento no mar de óleo tóxico…
E que tu meu Pardal amigo e querido
Mergulhaste na maré negra resultado
E que sou eu, o teu amigo o culpado
Do enorme e terrível mal sofrido…
Que o homem devia ter menos ganância
E explorar com a natureza com respeito
E saber escolher e não ver o mundo desfeito
Pondo em risco a vida e a nossa permanência.
Escolher energias boas e chamadas alternativas
Que a natureza prodigamente tem oferecido
Embora por homem, dizes tu, jamais merecido...
Sabias palavras, Pardal… enfim como me cativas….
E tens razão, meu amigo e tens culpa, meu amigo
Porque estar no lugar errado e na hora errada
Não sabes que o homem na sua ideia tarada
Acha-se dono e senhor único deste único abrigo?
E eu vou te perder, Pardal amigo e mensageiro
Sei, que terei outro Pardal, talvez não tão amigo
Talvez tão barulhento, talvez anunciador de perigo
É verdade, é o círculo, tudo muda, meu Pardal ligeiro!
Será que um dia, cansado de tanta asneira
O homem aprenda enfim que deve mudar
E como tu meu Pardal, resolva consertar
Tudo que tem destruído por insana loucura?
JOÃO FURTADO
Praia, 17 de Junho de 2010