segunda-feira, 6 de outubro de 2014

CATIVO ESTOU DO TEU ENCANTO QUE ME CONDENA

Na esquina do meu pensamento
Encontrei-te minha Cigana feiticeira
Pediste-me para leres a minha sina
Que és boa e perfeita e verdadeira
E eu que queria apenas um acalento
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Estendi-te sem reservas a minha mão
Eu dei-te a esquerda e tu queria a direita
Perguntaste-me desta troca a razão
Aleguei que para canhoto é a certa
E julgo ser o que me liga ao coração
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De relance meus olhos cruzaram aos teus
Ao meu redor tudo se transformou de repente
Vi em ti minha deusa e quis ser teu deus
E nas asas do vento os dois surpreendentemente
Voamos para os confins dos altos céus…
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Cigana feiticeira não quero que leias a minha sina
Quero que me enganes e me digas o que quero ouvir
Que o amor… Velho se renovará no que me destina
E voltará para me fazer viver e me fazer sorrir
Que cativo estou do teu encanto que me condena!
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Imagino-me cavaleiro e no meu cavalo de vento
E tu na garupa e nós disparados e sem destino
Loucos e perdidos no tempo que persinto
Jamais voltará e que é o meu puro destino
Lido por ti e que eu já sabia por certo instinto!
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João Furtado
Praia,06 de Outubro de 2014
http://joaopcfurtado.blogspot.com