domingo, 3 de dezembro de 2017

SILÊNCIO QUE FALA É ESTE




Silêncio que fala é este
Nem uma vento nem uma aragem
Nem o cantar de um pássaro
Tudo calmo tudo em silêncio
A terra chora a morte dos filhos
Que um Ideal qualquer matou?

Silêncio que fala é este
Nem um grito de desespero
Nem uma onda do mar
A bater com revolta nas pedras
A terra chora a venda dos filhos
Por 400 dólares e mais nenhum tostão
Por quem julga ser dono do seu irmão?

Silêncio que fala é este
Nem no túmulo sentiria tal
Nem um ladrar do “dog” do vizinho
A mostrar-se presente para impor respeito
A terra chora a fome dos filhos
Por ganância que fez a Natureza descontrolar-se
E não ter o pão suficiente para todos?

João Furtado
Praia, 03 de dezembro de 2017