segunda-feira, 16 de novembro de 2015

RECEBE MIL BEIJOS

RECEBE MIL BEIJOS

Blusa de cetim transparente e encarnada
Lhe aperta o seu jovem e belo e firme busto
Nos lábios vermelhos é o batom da mia amada...

Ela aproxima e confiante encosta com gosto
No meu acolhedor peito e dá gargalhada
Eu sinto que vai ter casamento proposto....

Ela me ama e de mim recebe mil beijos

E para mim oferece todos seus desejos

João Pereira Correia Furtado
Praia, 06 de Novembro de 2015

O AMOR E O ÓDIO

O AMOR E O ÓDIO
Sabia que não devia ir, muito embora os amigos insistissem para que fosse devia continuar a confiar na Martina ou pelo menos fingir que confiava. Ele, Tonico, era loucamente apaixonado por Martina e devia acreditar que era para um serviço licito e normal que ia todas as noites e regressava de madrugada.
Não importava como ia vestida ou quase vestida, a saia mal tapava a cueca e as pernas estavam quase todas à mostra e protegidas apenas por umas finíssimas meias de cor vermelha. A Blusa quase sempre branca ou bege de rendas e logicamente transparente... Podia ser apenas a liberdade de estar na moda. O avultado dinheiro que diariamente, digo, todas as madrugadas trazia podia ser de fruto de um esforço abdicado e constante que a sua amada fazia.  A indisposição para receber um beijo ou um carinho amoroso era sem dúvida o cansaço a razão obvia.
As más línguas o mundo sempre as teve e como sempre seriam sem fundamento, ele apenas correria o risco de à perder se seguisse o conselho dos amigos ou talvez os inimigos, pois não existem maiores inimigos que os falsos amigos.
Os rostos de troça que o envolvia era superior aos de pena e aos de inveja. Pena por estar a ser um “coitado” e inveja por ter uma das mais lindas mulheres em muitos quilômetros quadrados ao seu redor.
Os da troça aumentavam de tal ordem pelo tempo decorrido que a única solução era fazer o que tinha que ser feito...
Não disse nada a ninguém, até foi-se deitar e fingiu que estava a dormir, cansado da labuta do campo, pois o Tinoco era agricultor. Esperou que a Martina saísse e sorrateiramente segui-a até o local do trabalho dela... Esperou escondido por uns vinte ou trinta minutos, pareceu serem séculos, devagar foi aproximando até a porta e era um bar e viu...
A Martina estava sentada numa mesa, naquele dia até levava uma blusa avermelhada e saia amarelada e não tão curto como das outras noites. O seu belo rosto e o seu lindo peito sobressaiam... Seus olhos fechados e significativamente sensuais e sua cabeça caída e apoiada num ombro de um homem já de idade madura e que a beijava, dissiparam todas as dúvidas...
O que faria ele o Tinoco? Paralisado e sem nenhuma ação aparente viu a cena por tempo indeterminado. E tornou a se perguntar.
- O que farei agora? Onde e como irei enterrar todo este ódio? – Pensou tão alto que a Martina conhecendo a voz despertou e abriu os olhos...
Fim

João Pereira Correia Furtado

Praia, 04 de Novembro de 2015
http://joaopcfurtado.blogspot.com