Quero escrever o teu poema
Esqueci-me qual era o tema
E por muito que me esprema
De inspiração o vazio é o lema
Chorar é o que para mim resta
Vejo o mundo e nada presta
Cada vez mais vejo que empresta
A vida a dor tal que empesta!
E tu a exigires o poema que não existe
E a vida doentia que em mim persiste
Em escrever… A arte que mui insiste
Em viver, de mim, completamente distante!
Mas vou escrever um poema sem arte
Com certeza que de mim uma parte
Vai estar escrito e que não descarte
As lágrimas, de mim jamais lembrar-te!
João Furtado
Praia, 29 de Fevereiro de 2012