segunda-feira, 30 de novembro de 2015

UM MUITO OBRIGADO PARA TODOS OS AMIGOS

UM MUITO OBRIGADO PARA TODOS OS AMIGOS

U - Um dia especial para mim, foi sim sem duvidas
M - Mas graças a vocês, minha família e  meus amigos!

M - Muitos de vós, eu não conheço pessoalmente
U - Uns talvez conhecerei um dia e muito me alegrará
I - Isto porque têm feito parte da minha vida Virtual
T - Tenho duas vidas, a real e a realmente Virtual
O - O mundo onde se entra e se sai no mesmo anonimato quase sempre...

O - Os poucos que deixam marcas, são os que escrevem
B - Bem ou mal, pouco ou muito algo que perdura
R - Realmente tenho escrito e aprendido com esta segunda vida
I - Importa dizer que é tão real como a real
G - Gestos de amizade e de carinho que o mundo virtual
A - Atira e espalha mostra o quanto ele se torna presente
D - Deste mundo que indelevelmente já me considero cidadão
O - Ontem e hoje e certamente amanha me tem surpreendido...

P - Podia tentar dizer e escrever “obrigado” a cada uma das mensagens
A - Assim passaria o ano a agradecer e quando me despertasse
R - Repararia que estava quase a completar mais um ano de vida
A - Amigos e amigas certamente que seria uma útil ocupação...

T - Tenho que render as evidencias, outros valores se levantam
O - Outros muito menos importantes acreditem-me amigos
D - Devia vencer o egoísmo que me é tão humano e sim...
O - Ocupar o tempo da preciosa maneira de vos agradecer
S - Saudar a vossa lembrança em mim e desejar-vos tudo de bom

O - Os vossos dias sejam perfeitos e cheios de riquezas
S - Saúde e Paz nunca vos falte e que recebam carinho

A - Amigos mil acrescentem a vossa vida real e virtual
M - Muita alegria e festa e que aproveitem esta quadra
I - Importante na família que é o Natal que teima em aproximar
G - Gastem as vossas preocupações com vossos entes queridos
O - Onde caberão, peço-vos, os homens, mulheres, crianças
S - Sem esquecerem o nosso planeta, é a herança dos nossos netos!

João Pereira Correia Furtado

http://joaopcfurtado.blogspot.com
30 de Novembro de 2015

sexta-feira, 27 de novembro de 2015

A PAZ É POSSÍVEL


Pode todo o incrédulo
Dizer que é miragem
Para guerra o pendulo
Cheira pólvora a aragem

Compra-se bombas e tudo destroem
Os passarinhos não cantam
Gritam que os homens nada constroem
E por socorro muito reclamam

Nada se espera do futuro
E toda a esperança é utópica
Querem vitória e louro
A Paz e trégua é sinótica

Mas com fé e Deus a PAZ
Muito distante não é impossível
A terra transformada é sim capaz
E os homens abraçados é previsível

João P. C. Furtado
Praia, 27 de Novembro de 2015
http://joaopcfurtado.blogspot.com

terça-feira, 24 de novembro de 2015

TROVANDO (VIDA)



Vem do Céu a Salvação,
Imperador tão Menino...
Dele chega-nos perdão,
A sina e o novo destino...



João Pereira Correia Furtado

Praia, 24 de Novembro de 2015

segunda-feira, 16 de novembro de 2015

RECEBE MIL BEIJOS

RECEBE MIL BEIJOS

Blusa de cetim transparente e encarnada
Lhe aperta o seu jovem e belo e firme busto
Nos lábios vermelhos é o batom da mia amada...

Ela aproxima e confiante encosta com gosto
No meu acolhedor peito e dá gargalhada
Eu sinto que vai ter casamento proposto....

Ela me ama e de mim recebe mil beijos

E para mim oferece todos seus desejos

João Pereira Correia Furtado
Praia, 06 de Novembro de 2015

O AMOR E O ÓDIO

O AMOR E O ÓDIO
Sabia que não devia ir, muito embora os amigos insistissem para que fosse devia continuar a confiar na Martina ou pelo menos fingir que confiava. Ele, Tonico, era loucamente apaixonado por Martina e devia acreditar que era para um serviço licito e normal que ia todas as noites e regressava de madrugada.
Não importava como ia vestida ou quase vestida, a saia mal tapava a cueca e as pernas estavam quase todas à mostra e protegidas apenas por umas finíssimas meias de cor vermelha. A Blusa quase sempre branca ou bege de rendas e logicamente transparente... Podia ser apenas a liberdade de estar na moda. O avultado dinheiro que diariamente, digo, todas as madrugadas trazia podia ser de fruto de um esforço abdicado e constante que a sua amada fazia.  A indisposição para receber um beijo ou um carinho amoroso era sem dúvida o cansaço a razão obvia.
As más línguas o mundo sempre as teve e como sempre seriam sem fundamento, ele apenas correria o risco de à perder se seguisse o conselho dos amigos ou talvez os inimigos, pois não existem maiores inimigos que os falsos amigos.
Os rostos de troça que o envolvia era superior aos de pena e aos de inveja. Pena por estar a ser um “coitado” e inveja por ter uma das mais lindas mulheres em muitos quilômetros quadrados ao seu redor.
Os da troça aumentavam de tal ordem pelo tempo decorrido que a única solução era fazer o que tinha que ser feito...
Não disse nada a ninguém, até foi-se deitar e fingiu que estava a dormir, cansado da labuta do campo, pois o Tinoco era agricultor. Esperou que a Martina saísse e sorrateiramente segui-a até o local do trabalho dela... Esperou escondido por uns vinte ou trinta minutos, pareceu serem séculos, devagar foi aproximando até a porta e era um bar e viu...
A Martina estava sentada numa mesa, naquele dia até levava uma blusa avermelhada e saia amarelada e não tão curto como das outras noites. O seu belo rosto e o seu lindo peito sobressaiam... Seus olhos fechados e significativamente sensuais e sua cabeça caída e apoiada num ombro de um homem já de idade madura e que a beijava, dissiparam todas as dúvidas...
O que faria ele o Tinoco? Paralisado e sem nenhuma ação aparente viu a cena por tempo indeterminado. E tornou a se perguntar.
- O que farei agora? Onde e como irei enterrar todo este ódio? – Pensou tão alto que a Martina conhecendo a voz despertou e abriu os olhos...
Fim

João Pereira Correia Furtado

Praia, 04 de Novembro de 2015
http://joaopcfurtado.blogspot.com  

segunda-feira, 2 de novembro de 2015

A SONAMBULA DANÇARINA




A SONAMBULA DANÇARINA
Há meses que se sentia cansada, pouco tinha que fazer. Durante o dia dava pequenos passeios no jardim, quando lhe apetecia, bordava ou tocavam no histórico piano de cauda centenário da família. Uma das poucas mobílias trazidas de Portugal para a pequena Ilha da África por exigência da mãe.
Os ditos passeios deviam ser curtos e seguidos por dois ou mais serviçais que tinham como missão a proteção dela de todos os males inclusive dos mosquitos anófeles que tantos males causavam. Era preferido serem eles os serviçais picados por milhares de mosquitos que ela por uma única picada.
Ela sabia, ouvia que nas sanzalas, há poucos metros do colonial e pomposo edifício onde residia, diariamente, para passarem o monótono tempo noturno haviam danças diversas africanas trazidas do continente pelos serviçais, mas nunca, pelo menos assim julgava, tinha visto ou presenciado e muito menos participado.
De onde vinha tanta canseira? Se ela era uma das primeiras a deitar e das últimas a levantar? Se ela tomava o seu pequeno almoço no quarto e nunca via o sol, senão depois de se iniciar o declínio para a noite...
O mistério tornou-se mais incompreensível quando uma das paredes do quarto apareceu tal uma tela, onde os serviçais, negros e seminus e com os instrumentos rudimentares tocavam e as mulheres quase todas com minúsculas saias e mais nada vestidas dançavam a volta de uma linda e alva rapariga, vestida de azul-celeste e portadora de um xale cor de ouro nas mãos. Se não era ela, era uma perfeita clonagem fora do tempo...
Sem saber como a parede milagrosamente transformou-se na bela e artística tela, foi tomar o pequeno almoço na mesa com os pais, coisa que não fazia há anos e teve o cuidado de trancar a porta e levar com ela a chave. Quando regressou ao quarto, deu ela mesma um jeito no quarto e não deixou que nenhum serviçal entrasse.
Tentou por todos os meios guardar o segredo, mas a mudança tão repentina dos hábitos diários levantou suspeita e o pai, prudentemente, destacou dois serviçais de sua inteira confiança para segui-la... Segui-la para onde? Ela não ia a lado nenhum.
Onze  horas da noite. O silêncio na mansão até arrepiava,  nem um zumbido do mosquito, nada, tudo era apenas o silêncio... Um som do ranger da porta que se abria, era ela que saia e ia, com os olhos fechados. Parecia um zumbi, mas não tropeçava e nem caia. Levava um vestido azul-celeste e nos ombros um xale cor de ouro ou mel. Seguiam na os dois serviçais, ela não podia prever que era seguida. O destino era a sanzala onde o barulho era ensurdecedor e ela mal chegou tornou-se centro de tudo e ao lado tinha um jovem negro adornado de maneira diferente de todos... Além do adorno ele era altivo e com portes reais.
Dançaram ele e ela por mais de duas horas, ele pegou-a nas mãos e perderam na noite. Os dois serviçais seguiram-nos até ela regressar de braços dados com ele e os dois entraram no quarto dela. Ele pegou no pincel que trazia no bolso e deu mais uns retoques. Desenhou-se envolto ao xale que ela suportava.  Ela dormia num sono profundo.
Ela acordou para ir tomar o café, reparou no desenho e ela gostou não se lembrava de nada, mas gostou do desenho e do jovem... Abriu a porta, deparou com os dois serviçais, estavam imóveis no chão. Chamou o pai e este não conseguiu ver nenhum vestígio de crime, mandou enterrar os serviçais...
Ninguém jamais soube que ela era uma sonambula e ela jamais soube por que havia tanto mistério a sua volta.          


João Pereira Correia Furtado
Praia, 19 de Outubro de 2015