quinta-feira, 17 de junho de 2010

MEU PARDAL QUEDA MUDO E TRISTE

MEU PARDAL QUEDA MUDO E TRISTE

Meu Pardal queda mudo e triste
Está totalmente de negro pintado
Não sei porque esta tão calado
Só sei que me faz ficar tão triste…

Dos teus ensurdecedores chilrear
Pardal meu amigo tenho saudades
E das noticias tuas necessidades
E este teu ar que tens e faz marear…

Dizes que vieste do Golfo de México
E que lá os homens estão a matar
A natureza toda por simples azar
De lançamento no mar de óleo tóxico…

E que tu meu Pardal amigo e querido
Mergulhaste na maré negra resultado
E que sou eu, o teu amigo o culpado
Do enorme e terrível mal sofrido…

Que o homem devia ter menos ganância
E explorar com a natureza com respeito
E saber escolher e não ver o mundo desfeito
Pondo em risco a vida e a nossa permanência.

Escolher energias boas e chamadas alternativas
Que a natureza prodigamente tem oferecido
Embora por homem, dizes tu, jamais merecido...
Sabias palavras, Pardal… enfim como me cativas….

E tens razão, meu amigo e tens culpa, meu amigo
Porque estar no lugar errado e na hora errada
Não sabes que o homem na sua ideia tarada
Acha-se dono e senhor único deste único abrigo?

E eu vou te perder, Pardal amigo e mensageiro
Sei, que terei outro Pardal, talvez não tão amigo
Talvez tão barulhento, talvez anunciador de perigo
É verdade, é o círculo, tudo muda, meu Pardal ligeiro!

Será que um dia, cansado de tanta asneira
O homem aprenda enfim que deve mudar
E como tu meu Pardal, resolva consertar
Tudo que tem destruído por insana loucura?

JOÃO FURTADO
Praia, 17 de Junho de 2010

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