sexta-feira, 28 de novembro de 2014

A LUISINHA E O “PÓNEI ENCANTADO”






Mais uma vez a Natureza resolvia dar seu grito de desespero. Daquela vez foi numa pequena Ilha e numa localidade rural chamada de “Chã das Caldeiras”. O nome foi dado precisamente porque nesta localidade ciclicamente a Natureza respirava e fazia toda a população fugir desorientada. Mas regressavam sempre que a Natureza regressasse ao seu longo sono.
Na aldeia morava uma família pobre e que tinha uma filha, a Luisinha. A Luisinha gostava de perguntar, como qualquer criança. Ela tinha apenas 5 anos de idade. Muito curiosa perguntava a mãe sobre tudo que vinha a cabeça. A mãe tentava explicar como podia. Uma das perguntas era sobre o arco-íris. A mãe tentava responder-lhe, mas ela não aceitava a resposta da mãe como certa, pois ela sonhava e no seu sonho o arco-íris aparecia sempre e era a estrada onde caminhava um cavalo pequeno e cor-de-rosa. O seu cavalinho. Um cavalinho que voava e a levava para todo ao sabor do vento. O cavalinho também falava com ela e contava lindas histórias. Ele disse a ela que se chamava “Pónei Encantado”…
Como disse no princípio, a Natureza deu seu grito de surpresa e espalhou o medo e a desorientação. Foi um Deus me acuda e cada um tentava se salvar como podia. A família da Luisinha não foi a excepção… Só que… Esqueceram da filha, que dormia e não sabia do perigo que corria. A Luisinha acordou com o calor e o clarão que transformou de repente a noite num inferno. Paralisada ela fez a única coisa que podia. Talvez nem soubesse que estava a rezar. Tinha apenas cinco anos. Ajoelhou-se e pôs-se a fitar o céu iluminado.
O milagre aconteceu. A frente dela apareceu um arco-íris e pónei encantado, tal como no sono ela sempre sonhara. A Luisinha com esforço conseguiu se colocar sobre o “Pónei Encantado” e ele usando a sua estrada tão mágica quanto o mesmo salvou a Luisinha…
Ela contou para todos que foi salva pelo “Pónei Encantado” que caminhava por cima do arco-íris, mas todos pensavam que ela estava a sonhar… Ou a delirar. Os pais, cheios de vergonha nunca tiveram coragem de dizer que tinham esquecido da Luisinha na fuga desordenada pela vida.
Praia, 28 de Novembro de 2014
João Furtado

   

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