terça-feira, 17 de setembro de 2013

VOGAIS DA SAUDADE

VOGAIS DA SAUDADE

Acordei cedo e a humidade
É madrugada e com saudade
Imaginei estar longe no Príncipe
O tempo chuvoso e o cantar dos pássaros
Uma recordação de infância que regressa

Aquele papagaio tagarela que voa
E vai buscar alimento para a cria
Imagem da vida que perpetua
O regresso será ao fim do dia
Um circulo da vida que diariamente atua

Ainda és uma cidade pacata e bela
E calma e serena, onde todos são conhecidos
Irmãmente jogam o “passô” ao ritmo do encontro
O vai e vem num “leve, leve” pachorrento
Uma baia de Sto António onde a onda beija a areia?

Ainda tens a esquerda a Ribeira Formiga
E a direita o Rio Papagaio e correrem para o mar
Imensa mata cheia de “canas pipi” nas margens
O anoitecer a sombra da “San Ligia Botê”
Um paraíso de contos e lendas de encantadas?

João P.C. Furtado
Praia, em Cabo Verde, 17 de Setembro de 2013