sexta-feira, 10 de outubro de 2014

A ALMA E O CORPO

A ALMA E O CORPO


A minha alma cansada do eterno ócio
Bravo e nobre e esmero Vento Leste
Consegue à garupa se montar e tal
D. Quixote de la Mancha disparar
Envolve na paixão jamais vivida
Forma informes pensamentos
Gesticula danças divinas até êxtase…
Havia uma fogueira no centro
Imagens e sombras entrelaçadas
Jamais o Morfeu foi tão longe com o Hipnos
Levando minha alma imaginar tão alto
Mas de repente a realidade vem para  
Neste corpo ocioso a minha reclamar novamente
O ócio latente que me faz sentir impotente
Perdido no labirinto de Hades
Que me faz sentir o nada em que
Reduz a vida de uma alma vagabunda
Sempre presa num corpo amordaçado…
Terei um dia asas como tu Vento Leste
Unicamente para sair desta cadeia e….
Voar, voar e voar tal Ícaro enamorado pela luz  
Zarpar rumo aos céus na certeza de viver a eterna liberdade!

João Furtado
Praia, 10 de Outubro de 2014
http://joaopcfurtado.blogspot.com

3 comentários:

Evanir disse...

A grandeza das palavras que formam seus versos faz uma devoradora de poemas ficar encantada.
Eu não sou poetisa porém desde miudinha comecei a ler poemas dos livros ,
que um tio me emprestava.
Conheci o primeiro poeta na minha tão distante infância.
Castro Alves .
Foi o responsável através
dos seus poemas me fez amar cada verso cada poeta .
Foi imenso prazer conhecer sus poemas ,
prazer maios ainda conhecer poemas belíssimos como os seus "grande poeta".
Um final de semana abençoado.
Abraços..Evanir.

Evanir disse...

Boa Noite João..
Lendo um dos seus poemas senti você ainda menino com vontade de chorar.
Eu não imagino como foi sua infância quisera ter sido como a primavera.
Um perfume a cada Amanhecer...
Com certeza virei buscar um poema
encantar minha postagem com seus sublimes versos.
Linda noite e um amanhecer de paz.
Abraços.
Evanir.

joaopcfurtado disse...

Evanir

Muito obrigado pelos comentários e do último respondo assim:

MEU NOME NA INFANCIA

J amais neguei que ainda choro
O s meus olhos vertem lágrimas
A minha infância? Chorei certamente
O que lembro dele leva a crer que sim!

P erdi e ganhei brinquedos eram poucos
E studei o que as circunstâncias permitiram
R oto e quase nu andei vestido nas ruas
E u só tinha sonhos de um dia ser um ser
I maginei o futuro e vi nele sempre o presente
R aramente tive sapatos ou sandálias só pobreza
A fome não tinha, a Ilha era verde e cheia de frutos

C omo chovia o dilúvio diariamente ou quase
O meu corpo tiritava de tanto molhado
R oxo de molhado e de falta de roupa
R aramente, repito, tinha mais que um calção
E ntão vinha o sol e secava para próxima chuva
I mensa e rápida no tempo e no espaço
A chuva que a minha mãe desejava que fosse na terra dela….

F oi assim a minha infância e a minha mágoa
U m alto e baixo interminável, até na chuva
R ecebia e era molhado por uma que devia
T er caído numa terra muito distante
A terra que aprendi a conhecer e a viver
D esde menino, a minha terra que eu não conhecia
O estrangeiro chora quando vive na terra onde nasceu!

João Furtado
Praia, 14 de Outubro de 2014