terça-feira, 21 de outubro de 2014

LARGAR TUDO E VOLTAR AO PASSADO OU SER POETA VIRTUAL?

LARGAR TUDO E VOLTAR AO PASSADO OU SER POETA VIRTUAL?

Vejo o mundo neste meu mundo
Inspiro no ecrã quase rectângulo
Respiro um ar viciado por mim
Tenho um amigo é o mano Serafim
Um dia antes tinha outro o João Paulo
Ando e corro canso e vivo descansado
Levo a minha vida assim, sou um virtual

Vem uma ideia e coloco no papel
Infelizmente é… No meu computador
Rasgá-lo não posso, mas posso deletar
Tem esta palavra? Vou mais é saltar
Único cuidado e não cair… Sentir dor
A dor virtual existe? Deve ser tudo mel
Lavar sem água, comer o nada… É factual

Vou contar um enorme e meu segredo
Imagino que sou poeta e faço poemas
Rimo virtualmente tristezas e alegrias
Tempos surgem e trazem nostalgias
Uma pena ao vento traz-me lágrimas
A minha alma tolhe e sinto grande medo
Livrar é obrigatório deste mundo virtual

Voltar a realidade da minha infância
Inspirar a frente do antigo papiro
Rabiscar letras escolhidas com primor
Tomar tua fotografia antiga, meu amor
Um poema teu escrever e ver que é giro
Assim como a vontade enorme que se sentia
Largar tudo e brincar… Aquele esquecido ritual….

Vou te segredar, foi bom e deixou saudade
Imagino e comparo os dois mundos
Reparo que neste me tornei poeta virtual
Tu não sabes, mas neste tenho um dia especial…
Um poema meu feito em apenas cinco segundos
Anda por montes e vales e vai até eternidade
Largar tudo e voltar ao passado ou ser poeta virtual?

João Pereira Correia Furtado
Praia, 20 de Outubro de 2014

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