quinta-feira, 27 de novembro de 2014

REFUGIADOS DA NATUREZA VIVA



REFUGIADOS DA NATUREZA VIVA
Repentinamente o apocalipse chegou
E o calor do vulcão não chegou para aquecer
Fumo de dióxido de carbono e cheiro do enxofre
Uniram os desalojados num colchão
Gigante acordado se aproxima lentamente
Infelizes e paralisados contemplam
A Natureza implacável transformando
Dinheiro e pertenças no nada…
Os olhos hipnotizados pela desgraça
São como de vidros, fixos e parados…

Da guarida da casa que já não oferece segurança
Abandonam e se prostram sobre colchões ao relento…

Nenhum poeta sente o lirismo da perigosa
Alma da
Natureza em chama viva e da lava
Tanto quanto o desespero ironicamente sente
Uma verdadeira história de Refugiados da Natureza viva
Resta o silêncio falar por si e dizer o que sentem
Estes deslocados que tentam ainda que ignorem  
Zelar pelo futuro que como o fumo negro parece
As lágrimas já secaram e os olhos ardem e ardem….

Velam por não se cansarem e serem surpreendidos
Inadvertidamente por inesperado já previsto no passado
Verem uma vida de esforços espalhada e não poder
Apanhar porque tudo de repente se tornou ilusório….   

Praia, 27 de Novembro de 2014
João Furtado
http://joaopcfurtado.blogspot.com

 

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