quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

MEU ALFABETO DE VIDA EM UM SEGUNDO



MEU ALFABETO DE VIDA EM UM SEGUNDO

Aconteceu ou foi simples imaginação
Bem calmo ia eu caminhando rumo ao trabalho
Cheguei à uma passadeira de peões
Dei uma olhadela em dois sentidos
E esperei até que um condutor parou
Fez-me sinal para passar e assim aconteceu
Gesto habitual em mim quando concentrado estou
Hoje estive e dei uma pausa no meio da estrada
Imaginam e com razão o que ia suceder
Jamais um carros com tanta velocidade na ultrapassagem
Lamentações e choros teria eu direito?
Meus poucos amigos estariam a falar da minha bondade?
Não se esqueceriam dos meus males e que não são poucos?
Olvidariam os meus familiares de que sou a ovelha negra?
Pensariam que sempre quis brincar e nunca ser sério em nada?
Rezariam por mim e no meu enterro as comadres falariam?
Será que depois da vida a minha vida seria igual aos outros?
Tantas são as perguntas e tão pequeno foi o segundo
Um segundo que fez tremer meu coração ainda incrédulo
Vou caminhado e macabro imagino uma bala perdida...
Xilindró da vida, enfim é a morte e rogo e peço
Zéfiros da Paz para meu conturbado segundo de hoje.

João Pereira Correia Furtado
Praia, 05 de janeiro de 2017

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