sábado, 9 de dezembro de 2017

A PAZ DO IRMÃO MAXIMIANO


Confesso. Não espera encontrar o mesmo homem que havia visitado há quase uma semana… Enganei-me é o mesmo. Pensei muito em não ir, queria continuar na memória aquele homem confiante em Deus e inabalável que havia conhecido. É ele que vi, ainda muito melhor do da última visita.
Escrevi uma crônica sobre um meu dia especial e que terminei falado num fechar com a chave de ouro , desta vez vi um coração de ouro puro. Calmo, seguro, sereno e equilibrado e mais outros adjetivos similares. É assim que vi o irmã Maximiano, carinhosamente chamado de “Armonche”.
                O Irmão Maximiano perdeu o seu irmão e está com a mulher internada, não a vi, mas as informações é que teve trombose e perdeu a fala. Ele continua, é mesmo o Jó deste tempo moderno, sereno e com cem por cento de fé na vontade de Deus.
                Ele estava sentado no mesmo lugar e na mesma atitude. Entrei e notei movimento de um grupo na sala ao lado. Um Praesidium da Legião de Maria reunido e no momento de coleta,  fiquei triste por não ter chagado um pouco antes, mas acompanhei as orações finais e de Servo de Deus Frank Duff. Não recordo o nome do Praesidium… Ele disse o nome e disse-me que foi aquele Praesidium que fundou muitos Praesidia na Calabaceira e arredores.
                Afirmou que não conseguia falar cinco minutos sem focar a Bíblia e a Legião. Antes de pedires alguém para rezar, reza tu primeiro para este alguém. Se falares com alguém e não te escutar, não desanima, reza por ela de novo e torna a falar com ela.
                A reunião terminou e todos despediram dele e me cumprimentaram e partiram… Chegou a Celeste, há tempos a conheci num supermercado, ela trabalhava como caixa, não tinha a mínima ideia que a Celeste era filha do Maximiano. Homem  que conheci nas suas cartas mensais para a Régia, relatando a sua estadia e da sua mulher em Portugal e pedindo para que rezemos por eles.
- Não vivo sem a Legião, ao embarcar, pedi a minha credencial e entrei na Legião em Portugal… - Comentou.
Fui dar-lhe pêsames e oferecer a minha solidariedade e foi ele que pela segunda vez me deu uma lição de fé, fé que não sei se um dia terei. Disse-lhe que desde primeiro momento que conheci a Celeste simpatizei-me com ela e ele me disse que tem uns filhos de ouro, que Graças a Deus não tem que lamentar. Também eu, pensei, os meus filhos são de ouro, Deus foi bom para mim também.
Voltarei, prometi e se Deus quiser voltarei. Não conseguia deixar o Maximiano e lembrei-me que podia tirar uma foto com ele, vi que o espaço é escuro para tal, podia pedir que fossemos para algum lugar mais iluminado, ia usar um telemóvel  sem flash, não, tinha que ser ai, é onde o conheci e é ali que a foto seria tirada. Pedi à esposa de um dos filhos dele que servisse de fotografo do dia e obtive a foto.
Na rua encontrei-me com o Djonsa, Irmão João Moniz, saía da casa do Irmão falecido do Maximiano. Foi conhecer onde é a casa dele, ele e Irmão Maximiano são vizinhos. Resolvi caminhar até Lem Ferreira, parei um pouco com o João, meu primo, não sabia que também ele é Legionário, tinha no carro um boletim de Salve Maria e ao saber que vinha da casa do irmão Maximiano, mostrou-me a crônica no Boletim e tive que dizê-lo que foi escrito por mim.    
João Furtado
Praia, 9 de dezembro de 2017


  

Sem comentários: