terça-feira, 5 de dezembro de 2017

O POETA QUE NÃO SOU






Este é o poema
O poema que não fiz
Não fiz um poema hoje
Hoje o dia começou triste
Triste acordei sem escrever
Este é poema que ficou por fazer

O galo cantou e eu surdo
Surdo de tanto ouvir
Ouvir o que não devia
Não devia ouvir a Terra
A Terra a chorar no cantar do galo

O Sol nasceu e iluminou a Noite
A Noite preguiçosa desapareceu
Desapareceu o meu sono
O meu sono já sem sonhos

Levantei-me para caminhar
Caminhar para o meu futuro
O futuro que parece passado

Quero sonhar meu sonho
O meu sonho acordado que vivo

Acordado vivo dormindo o poeta que não sou.

João Furtado
Praia, 05 de dezembro de 2017

Sem comentários: