ACAS
A - Acredito meu Caipira amigo, até porque
U - Um frangueiro é goleiro atual do meu Benfica
G - Golo sofre de todo os gostos e feitios
U - Um o último parecia artilheiro adversário...
S - Sem duvidas que o teu Augustão
T - Teria lugar e espero surja um novo e...
à - Ao meu Benfica seja indicado
O - O meu abraço de sempre da Praia,
A - Acredito meu Caipira amigo, até porque
U - Um frangueiro é goleiro atual do meu Benfica
G - Golo sofre de todo os gostos e feitios
U - Um o último parecia artilheiro adversário...
S - Sem duvidas que o teu Augustão
T - Teria lugar e espero surja um novo e...
à - Ao meu Benfica seja indicado
O - O meu abraço de sempre da Praia,
João Furtado
A - Amigo Caipira ACAS
N - Na verdade estou e sou como amigo
T - Tenho a sombra onde me escondo
O - O poema, este me persegue e
faço-o
N - Não nego um conto de vez em quanto...
I - Imagino o tal “gol bizarro” e a caixa da cerveja
O - Olha que tem arte no teu conto/crónica
PARABÉNS,
N - Não nego um conto de vez em quanto...
I - Imagino o tal “gol bizarro” e a caixa da cerveja
O - Olha que tem arte no teu conto/crónica
PARABÉNS,
João Furtado
Estes poemas foram escritos depois de de ler uma bela crónica, tão pela que pareceu-me ser um conto da autoria do meu amigo ACAS-CAIPIRA. Segue para lerem aqui, com a autorização do meu amigo, o autor ACAS:
Histórias do Futebol Rural DO ACAS
Nos tempo de eu menino e caipira, gostava
muito de futebol; coisa que sempre me acompanhou. Nunca perdia uma chance de
jogar ou assistir jogos de futebol, lá na fazenda onde eu morava ou nas
fazendas vizinhas.
Certa vez, num domingo do fim de ano, foi
marcado um jogo entre casados e solteiros. Seria aquela a primeira vez que eu
veria tal tipo de jogo. A pessoa que organizou era o administrador da Fazenda
Santa Iria, e seria lá que o evento ia acontecer.
Minha irmã, então com dezessete anos,
namorava o meia direita titular do esquadrão do time da Fazenda Estrela
D´Oeste. Como a Santa Iria era muito longe de casa, o namorado dela afirmou
que, tão logo que o jogo acabasse (por volta das cinco da tarde), ele viria até
nossa casa para namorar. (Naquele tempo, o namoro era ficar sentado na sala de
visitas com o sogrão ou a sogrona acompanhando a conversa, sem nada de se
tocarem). A única folga era quando era servida uma merenda, domingo à noite,
quando os sogros os deixavam sentados na mesa da cozinha, um de cada lado da
mesa. Pois bem!
O “meu cunhado”, começou o jogo, pois ele
era o maior craque do time dos solteiros. Jogo duro, disputado. Primeiro tempo,
zero a zero. E o couro comendo, chute para o meio do mato, provocações, faltas
nem sempre marcadas pelo juiz. O administrador da Santa Iria que vestia a
camisa número dez, igual ao do menino Pelé, apitava junto com o juiz: era ele,
e não o juiz, que determinava se a bola teria saído ou não, se foi falta ou
não, e o pau comia solto, muitas canelas escalavradas depois de oitenta e cinco
minutos de jogo, quando o administrador da Santa Iria decidiu que a bola tinha
tocado na mão do Pedro Teixeira, o tirador de leite da fazenda Estrela D´Oeste
e reserva do segundo quadro do esquadrão da Estrela. Evidentemente que a bola
não havia tocado na mão do Pedro, porém como a autoridade do administrador era
imperiosa, o juiz concordou e marcou o pênalti, que poderia dar a vitória do
time dos casados.
O “meu cunhado” vai até o goleiro dos
solteiros e diz a ele que, se o time dos casados não marcar o gol no pênalti,
ele pagaria, depois do jogo, uma caixa de cerveja para o time dos solteiros
beberem as vinte e quatro garrafas! O Augustão, carroceiro da Fazenda São José,
sorriu um sorriso aberto e disse:
-Pode dexá que aqui num passa nada! Manda
gelá as cerveja!
Na hora de bater o pênalti, houve uma
hesitação do time dos casados. Ninguém queria bater o pênalti, devido à fama do
Augustão de, apesar de jogar no time reserva (segundo quadro), era muito bom pegador
de pênaltis. E discute que discute, o administrador da Santa Iria resolveu que
ele mesmo iria bater o pênalti. Pegou a bola e saiu, em passos decididos até a
marca da cal das onze jardas. Colocou a bola no chão, abaixou a cabeça e se
afastou até a risca da grande área, pois sua intenção era chutar com muita
força, o quê o Augustão não poderia esperar dele. Houve um murmurinho aqui e
acolá, a torcida, formada pelas mulheres do time de casados, a molecada e todo
mundo, se postaram atrás do gol do Augustão para ver a batida de pênalti. O
juiz pediu para nenhum jogador entrar na grande área na hora de bater o
pênalti, senão ele expulsaria quem o fizesse e ainda mandaria repetir a batida.
O Augustão se postou no meio do gol. O
administrador com a mão nas cadeiras aguardando o apito do juiz; a torcida
ansiosa; “meu cunhado” preocupado; será que teria que pagar a caixa de cerveja?
Silêncio total. Podia-se ouvir o farfalhar
das folhas dos eucaliptos atrás do gol do Augustão!
O administrador resolve tomar ainda mais
distância e saiu da meia-lua e se afastou mais uns quatro ou cinco metros. Todo
mundo na expectativa. O juiz apitou.
Caros leitores a confusão que se seguiu foi
das coisas mais incríveis que presenciei na minha vida: o administrador correu
aqueles onze metros até a marca do pênalti e desferiu um potentíssimo chute. O
Augustão não teve tempo nem de piscar e a bola já havia se chocado com o
travessão e subiu. O Augustão, todo feliz, por não ter tomado o gol, saiu
pulando e festejando na direção do “meu cunhado”.
-Vamo
tomá aquela cerveja prometida,
sô!
Porém o destino às vezes conspira contra! O
que todo mundo viu, menos o Augustão, foi que a bola subiu bem uns quinze
metros, porém depois desceu com “efeito” e, devagar, aos poucos, pulo por pulo,
foi acabar no fundo da rede do gol do Augustão, que se encontrava festejando
fora da área.
O Augustão parou de jogar no gol depois
daquele jogo memorável e meu cunhado (afinal acabou mesmo casando-se com minha
irmã), não precisou pagar a caixa de cerveja. O jogo terminou logo após o gol,
por definição e exigência do administrador e cada um foi para sua casa, contar
sobre o gol incrível e como foi que o time de casados, com quase todos os
jogadores na faixa dos quarenta anos de idade ou mais, havia ganhado do time
dos solteiros, uma molecada novinha e ainda com um jogador titular do esquadrão
do time da Estrela e com o goleiro reserva de tal afamado time.
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