A Nhanha morava no fim de Mundo
Bela e jovem mulher a mais linda
Contava o meu pai sempre que lhe pedia
Contava o meu pai sempre que lhe pedia
De Pedro ele afirmava ser um mulato de Cabo
Verde
Ela era tão rica e prendada que nunca deu um
passo
Faz Pedro uma longa viagem sem destino
Gestos mil de bondade ele pratica e para cada
um
Há um prémio e é um lenço aparentemente normal
Imaginem que depois se transforma em prata e ouro
e diamante
Já cansado ele chega a frente do enorme palácio
Levanta os olhos e vê e sente palpitar o
coração
Manso e educado bate a porta e pede a água
Na casca de coco é lhe dado à ordem da Nhanha
O lenço de prata que também lhe espanta limpa
a boca
Para Nhanha ver de onde sentada está e a
cobiça querer
Quer Pedro apenas lhe conhecer e em troca vai
ela a janela
Repara nele e ele nela e começa a nascer um
sentimento
Sentimento que cresce no dia seguinte e
seguinte e seguinte
Tendo o Pedro ficado sem os lenços e a Nhanha
apaixonada
Um abraço lhe dá e tudo deixa para trás e com
o Pedro
Vem para Cabo Verde morar no funco rico de
amor
Xerem as vezes sem peixe fazer e para beber ir
a fonte
Zelando pelo Pedro e chorando para que chova e
dar esperança para
K – cuscuz de milho novo fazer para os filhos que
amor trouxe…
W – Via nos sonhos a Nhanha e o Pedro e
perguntava a mim mesmo
Yes-sim… O que tinha Cabo Verde? A morabeza eu
vim a descobrir mais tarde.
João Furtado
Praia 11 de dezembro de 2017
João Furtado
Praia 11 de dezembro de 2017
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